"Ainda que minha formação tenha sido mais musical do que literária, me decidi a escrever por uma necessidade que respondia, sem dúvida, a uma vocação mais profunda. Uma vez que me interessava pelo estudo do contraponto e da fuga de uma maneira totalmente objetiva (igual ao interesse pela arquitetura, já que sou filho de arquiteto), me apaixonei pela literatura por outras razões... Estou convencido de que na América Latina o romance responde a uma ‘necessidade’, e de que não se trata tanto que se realize no plano de uma estética literária qualquer, e sim se cumpra uma ‘fixação’. O romance sul-americano tem todo um mundo por ‘revelar’. Sobretudo se pensa que nossos primeiros romances só datam de um século atrás, e que somente agora é que os escritores sul-americanos tomaram consciência do verdadeiro significado do seu trabalho".
Fonte: LÓPEZ LEMUS, Virgilio. Entrevistas: Alejo Carpentier. Havana: Letras Cubanas, 1985.
|