"Penso que qualquer um continua interessado na busca do eu, mas o que se sente quando se está mais velha, creio, é que... como dizer isto?... que realmente deve-se fazer o eu. É absolutamente inútil exprimir isto, não se conseguiria, mas em certo sentido é possível realizá-lo. Não digo no sentido de fazer uma máscara, uma máscara yeltsiana, mas finalmente começa-se, de alguma maneira, a fazer e a escolher o eu que se deseja... Nunca pensei em escrever um desenvolvente romance no qual um eu de qualquer espécie é descoberto ou feito, forjado, como se diz. Não acho. Acho que, de certa maneira, já não sei mais hoje como era minha identidade em 1941. Mas tenho pensado muito nisto. Devo declarar que, agora, acredito muito mais na verdade do que antes. Acredito muito mais na solidez da verdade. Sim, acredito que há uma verdade e que ser reconhecível".
Fonte: COWLEY, Malcolm. Escritores em ação: as famosas entrevistas à "Paris Review". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.