por Chistopher Isherwood

"(Quando Aldous Huxley morreu) ele tomou uma dose - incrivelmente fraca - de LSD. A muher dele pediu ao médico e ele respondeu: 'Claro, que importa agora?'. É desnecessário dizer que os boatos correram, até que as pessoas estavam falando como se ela houvesse realizado uma eutanásia ou algo assim, o que era idiotice. Insisti com ela, entre outras pessoas, para publicar isso, para acabar com toda aquela besteira. As pessoas falavam sobre ele como se fosse um viciado, mas ela me disse - e ela sabe bastante a respeito de drogas - que em muitos casos os garotos que estão mesmo nisso podem usar uma quantidade maior em uma única semana do que Aldous usou em toda sua vida. Ele fazia uso de quantidades muito, muito pequenas e quase sempre sob condições científicas... porque isso começou como uma coisa científica. Um cientista do Canadá perguntou se ele se submeteria à droga como uma experiência científica. Ele era absolutamente contra o uso indiscriminado e acreditava que todos exageravam no consumo de drogas".

Fonte: Os escritores 2: as históricas entrevistas da Paris Review. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.