por Alceu Amoroso Lima
"Era um rolo de papel escrito no verso de folhas impressas do Banco Boavista, contendo poesias escritas à mão ou à máquina. fiquei encantado com elas e escrevi (...) um rodapé n'O Jornal sobre esse desconhecido, que parecia revelar uma força poética e profunda, com um extraordinário senso de humor". (Em 1920)
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/12/2000 - Ubiratan Brasil
por Carlos Drummond de Andrade
"Peregrino europeu de Juiz de Fora, / Telemissor de murilogramas e grafitos,/ instaura na palavra seu império,/ (a palavra nasce-me)/ fere-me/ mata-me/ coisa-me/ ressuscita-me".
(do poema Murilo Mendes hoje/amanhã)
Fonte: Bravo!, maio de 2001
por Haroldo de Campos
"Murilo Mendes, o fulgurante 'conciliador de contrários' (Manuel Bandeira), o plástico da linguagem inesperada, que lecionava imagética para João Cabral, é um grande poeta, que muito admiro, sobre quem escrevi (em Metalinguagem), com quem me carteei longamente e com quem convivi no seu acolhedor apartamento sempre que visitei Roma (e foram frequentes essas visitas)".
por João Cabral de Melo Neto
"Quando eu vim ao Rio pela primeira vez, em 1940, para conhecer a cidade, lembro que trouxe uma carta do Willy Lewin para o Murilo. O Murilo me recebeu muito bem e foi ele que me apresentou ao Carlos Drummond. Conheci também o Jorge de Lima. Seu consultório na Cinelândia era um ponto de encontro".
Fonte: Folha de São Paulo, 30/03/1991 - Augusto Masi
"Conheci Murilo Mendes há muitos anos e nossa amizade foi sempre sem reparos. Antes de conhecê-lo pessoalmente, conheci sua poesia. Creio que nenhum poeta brasileiro foi mais diferente de mim: desde a visão da vida (e, por parte dele, de uma sobrevida), até a visão da poesia, como função e como organização. Pois bem: creio que nenhum poeta brasileiro me ensinou como ele a importância do visual sobre o conceitual, do plástico sobre o musical (a poesia dele, que tanto parecia gostar de música, é muito mais de pintor ou cineasta do que de músico). Sua poesia me ensinou que a palavra concreta, porque sensorial, é sempre mais poética do que a palavra abstrata, e que, assim, a função do poeta é dar a ver (a cheirar, a tocar, a provar, de certa forma a ouvir: enfim, a sentir) o que ele quer dizer, isto é, dar a pensar. O fato de Murilo ter usado essa concepção da palavra poética com uma intenção completamente oposta à minha, não diminui em nada a influência que ele exerceu sobre mim. Influência básica, porque se situa na própria concepção do tratamento da poesia poética"
Fonte: Manchete, 14/08/1976.
por Jorge de Lima
"E como não tinha compromissos de escola, senti-me inteiramente à vontade para empreender a desejada renovação, já havendo compreendido que o plano mais elevado para isso seria uma poesia que se restaurasse em Cristo, que é a mais alta Poesia, a mais alta verdade, o nosso destino mesmo, e tivesse não uma tradição regional ou nacional, mas sim a mais humana e universal das tradições, que é a bíblica. Aconteceu que, em palestra com Murilo Mendes, notei que ele estava animado da mesma intenção. Numa outra conversa, o dístico aflorou. Escrevemo-lo no frontispício de Tempo e Eternidade".
Fonte: SENNA, Homero. República das letras. 3ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996,
por José Guilherme Merquior
"Murilo é uma das 4 ou 5 vozes essenciais da lírica brasileira de todos os tempos, e não tenho dúvida de que sua condição de tetrarca (por mais excêntrico) do nosso modernismo será cada vez mais seriamente honrada e reconhecida".
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/12/2000 - Caros Alberto Vecchi
por Manuel Bandeira
"Saudemos Murilo Medina Celi Monteiro Mendes que menino invadiu o céu na cola do cometa Halley".
Fonte:O Estado de São Paulo, 17/12/2000- Ubiratan Brasil
por Régis Bonvicino
"Murilo é um dos maiores poetas brasileiros do século 20; todavia morreu, amargo e quase iginorado, em 1975."
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/09/2001
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