"Isso parece hoje cômico. mas eu fui encarado, em círculos católicos, quase como um escritor pornográfico. Isso, de certo modo me conteve. Se me perguntassem: Acredita que sua fé dificultou ou enriqueceu sua vida literária?, eu responderia afirmativamente a partes de ambas as perguntas. Minha fé cristã me enriqueceu. Mas também me foi um estorvo, no sentido de que meus livros não são o que poderiam ter sido, se eu me deixasse levar por meus impulsos. Hoje, sei que Deus não presta atenção ao que escrevemos. Ele usa nossas palavras. Sou, porém, um cristão e gostaria de terminar minha vida não em meio de violência e cólera, mas em paz. Pois que a maior tentação ao término de uma vida cirstã é o recolhimento, o silêncio. Mesmo quanto à música que mais amo, prefiro, agora, o silêncio, pois lá não existe silêncio com Deus".
Fonte: COWLEY, Malcolm. Escritores em ação: as famosas entrevistas da Paris Review. R.Janeiro: Paz e Terra, 1968.
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