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Cinema
Dias Gomes

"No cinema eu não reescrevi propriamente, eu até procurei colocar o mais possível a peça no filme, por uma questão até de garantia. É preciso entender que nós estávamos ainda em 1960, 1961, e o cinema brasileiro só tinha uma tradição que era a chanchada. O Anselmo Duarte que ia dirigir o filme, que vinha das chanchadas e tal. Então, para me garantir, digo: “bom, pelo menos eu vou mostrar a minha peça”. Tanto que o filme é a peça filmada; há duas ou três cenas fora, mas o resto, se você acompanhar, vai ver que é igualzinho quase. Que era uma prova da minha insegurança com relação ao cinema. Então eu disse “vou me garantir”. Isso fez até um certo mal, talvez, ao filme, ficou um filme talvez muito acadêmico, embora seja realmente um trabalho muito bom do Anselmo. Eu tenho até que louvar essa fidelidade dele ao meu texto, foi a única vez que eu tive um texto no cinema com absoluta fidelidade. De um modo geral, você não se reconhece mais no filme. Quando você vende um argumento e vai ver o filme, não se reconhece, o diretor mudou tanto que não há mais nada..."

Fonte: Programa Roda Viva, da TV Cultura, 12/06/1995

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