"O propósito de um crítico é dizer alguma coisa sobre um livro, tenha ele lido ou não. A crítica pode ser instrutiva no sentido de dar ao leitor, inclusive ao autor do livro, algumas informações sobre o crítico, sua inteligência, honestidade ou ambas... Embora não seja, de forma alguma, uma ávido leitor de críticas que tratam do meu próprio trabalho, lembro-me de um ensaio escrito por uma jovem que tentava encontrar símbolos entomológicos em minha ficção. O ensaio poderia ter ficado engraçado se ela soubese alguma coisa sobre lepdópteros. Infelizmente, ela revelou total ignorância, e a confusão de termos que utilizou mostrou-se apenas dissonante e absurda... Nossos críticos profissionais são verdadeiros bookmakers. quem está no páreo, quem não está, e para onde foram as neves de antanho? Tudo muito divertido. Fico um pouco sentido por ser diexado de fora. Não conseguem decidir se sou um escritor americano de de meia-idade ou um velho escritor russo - ou uma anomalia internacional que não tem idade".
Fonte: Os escritores 2: as históricas entrevistas da Paris Review. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
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