por Anthony Burgess
"Não tenho sido inflenciado por Nabokov nem pretendo ser. Já escrevia da maneira como escrevo antes de saber que ele existia. Mas fazia quase uma década que um escritor não me impressionava tanto... Nenhuma influência. Ele é russo, eu sou inglês. Temos alguns dons naturais em comum. Porém ele é muito artificial... Nabokov é um dândi inato, em escala internacional. Ainda sou um garoto provinciano receoso de estar vestido com eloquência exagerada. Todo escrito é artificial e os artefatos de Nabokov são planejados na parte récit. O diálogo é sempre natural e magistral (quando ele quer que seja) Pale fire só é chamado de romance porque não existe outro termo para ele. Um magistral artefato literário que é poema, comentário, livro de referência, alegoria, estrutura pura. Mas noto que a maioria das pessoas volta a ler o poema, não o que rodeia o poema. Naturalmente, é um execelente poema. Creio que Nabokov se dá mal, é às vezes, por parecer antiquado - uma questão de ritmo, como se para ele Huysmans fosse um escritor moderno e conceituado, cuja tradição merecesse ser imitada... Ele não ficará na história como um dos maiores nomes. Não chega aos pés de Joyce".
Fonte: Os escritores 2: as históricas entrevistas da Paris Review. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
por Gore Vidal
“Costumava ler Nabokov com prazer - gostava dele, não tanto quanto ele gostava de si, mas de todo modo gostava”.
Fonte: D.O.Leitura (SP), jun. 2003 – Ricardo Setti
Admiro-o bastante. Dizem que ele retribui o elogio. Nós trocamos insultos majestosos na imprensa. Pouco depois de eu anunciar que estava contribuindo com cem dólares para o fundo de Angela Davis em nome de Nabokov - para melhorar sua imagem -, ele respondeu garantindo a um entrevistador do New Yok Times que eu tinha me tornado católico apostólico.
Fonte: Os escritores: as históricas entrevistas da Paris Review. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
por Martin Amis
“Sinto que minhas influências são uma mistura de Bellow e Nabokov. Below tende mais para a vida atual, Nabokov é mais terrível e também mais agradável”.
Fonte: Folha de São Paulo, 10/2/1995 – José Luiz Silva
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