“Não acredito que a atividade jornalística seja prejudicial a um aspirante a escritor. Mas, também não acredito que acrescente alguma coisa. Cada vez mais, tenho para mim que jornalismo e literatura são atividades de distintas naturezas. E o jornalismo que se pratica atualmente, com raríssimas exceções, tende a ser simplificador e mediocrizante. Para alcançar o maior número possível de leitores, lança mão de uma linguagem média, pobre e estéril, para vulgarizar conceitos e expor informações. E a literatura tem na linguagem sua riqueza e nas nuanças sua diferenciação... O jornalista não é um escritor, embora um jornalista possa ser um escritor. O jornalismo é uma profissão, como outra qualquer. Escolhe-se jornalismo como, por exemplo, alguém que gosta de matemática escolhe, como carreira, a engenharia, ou alguém que gosta de cuidar de doentes escolhe a medicina. Já a literatura é uma necessidade de expressar uma visão de mundo”.
Fonte: <www.penadealuguel.com.br> Cristiane H. Costa (03/08/2006)
"Eu sempre fui um péssimo jornalista. Não é modéstia, eu realmente era muito ruim. Sou muito tímido. Eu praticamente dediquei todo o meu trabalho jornalístico para dentro da redação. Trabalhei 13 anos no Estadão [o Estado de São Paulo] e você não vai achar uma matéria minha assinada. Ficava como redator, como editor, eu gostava era disso, de editar o material bruto. Não acho que o jornalismo tenha influenciado tanto. Bom, talvez tenha influenciado um pouco o meu olhar..."
Fonte: Entrevista realizada em março de 2015, na Holanda
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