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ENTREVISTA SIMULTÂNEA
Paulo Mendes Campos

Nasceu em 28/02/1922, em Belo Horizonte. MG. Jornalista, escritor, tradutor e acima de tudo, poeta. Quando cursava o ginásio, seu professor de português, um padre, viu que o menino prometia: "Você ainda será escritor", Começou os estudos de odontologia, veterinária e direito, não chegando a completar nenhum deles. Muito moço ainda, ingressou na vida literária, como integrante da geração mineira a que pertencia Fernando Sabino, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino. O quarteto foi chamado mais tarde de “Os quatro cavaleiros do apocalipse”. Em Belo Horizonte, dirigiu o suplemento literário da Folha de Minas. Seu gosto pela poesia levou-o a viajar até o Rio de Janeiro, em 1945, para conhecer o poeta Pablo Neruda em visita ao Brasil. Não voltou mais à Belo Horizonte, pois seus melhores amigos já se encontravam no Rio. Passou a trabalhar em diversos jornais: O Jornal, Correio da Manhã, Diário Carioca e, durante anos, cronista efetivo da revista Manchete. Seu primeiro de poemas - A palavra escrita -  foi lançado em 1951. No mesmo ano, casou-se com Joan, de descendência inglesa, e teve dois filhos. Para sustentar a família, fez trabalhos como free-lancer de repórter, tradutor e redator de publicidade. Em 1952 publica a antologia  Forma e expressão do soneto e se consagra como poeta. Talvez motivado pelas experiências de Aldous Huxley, em 1962 experimentou LSD acompanhado por um médico e relatou essa experiência em artigos publicados na revista Manchete, posteriormente reproduzidas em O colunista do morro (1965) e em Trinca de copas (1984), seu último livro. Disse que a droga abriu "comportas" e ele se deixou invadir pelo "jorro caótico"do inconsciente até sentir o peso e a nitidez das palavras que produziam um "milagre da voz". Outros livros publicados: Testamento do Brasil (1956), O domingo azul do mar (1958), O cego de Ipanema (Ed. do Autor, 1960), O colunista do morro (Ed. do Autor, 1965),  Hora do recreio (Sabiá, 1967), O anjo bêbado (Sabiá, 1969), O amor acaba (Civilização Brasileira, 1999), Alhos e bugalhos ( Civilização Brasileira, 2000) etc. Cético, sem perder a ternura, jamais fez concessões e tinha horror à vulgaridade, fosse ela temática ou vernacular. A perplexidade humana é devassada em sua poesia; sua prosa é penetrante, algumas vezes cheia de bom humor. Faleceu em 01/07/1991.

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