"Trabalho normalmente até as duas ou duas e meia, quando gosto de almoçar um sanduiche e um copo de leite, o que leva mais ou menos dez minutos. Aí, trabalho direto até as seis ou sete horas. Então, se estou vendo pessoas ou saindo, eu saio, tomo alguns drinks, volto e talvez leia um pouco e vou para a cama. Vou para a cama bem cedo. Não me obrigo a trabalhar. É simplesmente o que quero fazer. Estar completamente só numa sala, saber que não haverá interrupções e que tenho oito horas é exatamente o que quero - sim, simplesmente paraíso...Eu uso a máquina de escrever e uso tesouras. Posso me sentar com tesouras e velhos manuscritos e colar fotografias durante horas; tenho centenas de fotografias. Nomalmente, dou um passeio todos os dias. Aqui em Saint Louis tenho tentado tirar fotografias de 1920, alamedas e tudo mais. Esta (apontando) é uma fotografia fantasmagórica da casa em que eu cresci, vista novamente depois de 45 anos. Aqui está uma foto de um antigo fosso de cinzas. Era uma grande diversão, para as crianças, sair para a alameda depois do Natal e fazer uma fogueira no fosso de cinzas com todos os restos dos pacotes e papéis de embrulho. Aqui, estas são estórias e fotografias das colunas sociais. Estive fazendo um cutup de coberturas sociais. Diverti-me bastante juntando esses nomes; você consegue alguns nomes muito incomuns nas colunas sociais".
Fonte: Os escritores: as históricas entrevistas da Paris Review. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
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