“A crítica em última análise é uma opinião pessoal. Nenhum crítico pode falar em nome de um povo, duma época ou da Verdade. Nenhum crítico pode falar do ângulo de Deus. Eu gostaria que os críticos lessem meus romances duas vezes: a primeira de alma leve, como um leitor comum que se interessa pela história e pelos personagens, acreditando em ambos (...). A segunda leitura seria então, a crítica, a do homem que exorciza o sortilégio do contador de histórias e sai à cata de erros e defeitos. (...). Escrevo para o leitor que mora dentro de mim mesmo. (Talvez um menino...). Sei que em sua maioria meus leitores são gente moça, principalmente mulheres. Com O tempo e o vento esperei (e temi) perder o público feminino, mas tal não aconteceu”.
Fonte Singular & Plural (SP), n. 3, fevereiro de 1979 (Depoimento em 1951) |