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Política
Érico Veríssimo

“Acredito (na função social, de denúncia, da literatura), mas não acho que essa seja a única finalidade. Longe disso! Fala-se em literatura engajada. Ela sempre o é. O autor se engaja na luta política, partidádria ou não, na luta religiosa. O escritor se engaja também com o Homem e seus problemas. Acima de tudo o escritor se engaja consigo mesmo. Você acha que o Mario Quintana, por exemplo, seria maior (ou menor) se fizesse versos políticos? Tudo é uma questão de talento. Se vamos adotar a tese de que só tem validade a arte politicamente engajada, Mozart, Miguel Ângelo e Picasso seriam figuras menores da raça humana. Agora, quero deixar bem claro o meu pensamento. Não vejo como um romancista que escreve sobre estes nossos tempos possa deixar de focar os problemas sociais e políticos que lhe estão saltando na cara, todos os dias, principalmente agora que a Ciência, ajudada pela tecnologia  está transformando a Terra num pequeno vizinhadário, e o que dói  na carne dum vietnamita ou num domincano decerto modo dói também na nossa”.     

Fonte: BORDONI, Maria da Glória (org.). A liberdade de escrever – Érico Veríssimo: Entrevistas sobre literatura e política. São Paulo: O Globo, 1999  

“O que me parece quase impossível é escrever um romance cuja ação se passa em nossos dias, e não fazer nenhuma referência à política. Os acontecimentos políticos, as lutas sociais nos saltam na cara, como ignorá-los? O que parece mau, em princípio, é o romancista político sectário, o que segue a sinuosa linha tantas vezes contraditórias dos partidos”.

                                          

Fonte: Singular & Plural (SP), n. 2, fev.  1979 (depoimento de 1973)

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