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História
Marcos Santarrita

“Para mim, não existe romance histórico. Existe um determinado tipo de romance que tem ambientação histórica. O que importa é o romance, não o histórico. E romance são as personagens, seus dramas, seus conflitos; o resto é cenário, e o cenário pode ser qualquer um. Mas tem o outro lado da questão: todo romance é histórico. Eu mesmo, que sempre tive preconceito contra o chamado romance histórico, fui convertido a ele, entre outras coisas, porque, numa entrevista que dei à TV Globo, ao lançar o último romance de minha trilogia da luta armada  Lady Luana Savage, a matéria foi anunciada no fim do bloco anterior como ‘Marcos Santarrita busca na história inspiração para seu novo romance’. Ou alguma coisa parecida. Eu fiquei perplexo. História? Aquela era uma época que eu havia vivido, as personagens se baseavam em figuras contemporâneas, algumas até minhas conhecidas. Além disso, tudo tinha acontecido há pouco mais de dez anos. E, no entanto, o romance absolutamente contemporâneo, foi julgado histórico. O preconceito contra o histórico vem do fato de em geral  ser mais história que romance. Geralmente os autores são professores de história, com conhecimento detalhado de determinadas épocas mas sem grande talento de romancista. O mesmo não acontece com Tolstoi, Sthendal, Walter Scott, Érico Veríssimo. As obras destes são primeiro romances, e só depois históricos”.

Fonte: Jornal do Brasil, 27/2/1999         

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