"Eu escrevo, sinceramente, por um sentido de missão. Eu acho que fui feito para escrever. Eu fui programado para escrever. Eu não poderia deixar de escrever. Se eu não tivesse publicado livro nenhum, eu estaria escrevendo um livro, porque eu preciso escrever. Sobre esse sentido de missão, o Faulkner diz assim: todo escritor, o cara que quer ser escritor, tem um livro para escrever, porque ele tem coisas que ele precisa dizer. Ele quer atuar, agir e influenciar as pessoas através do sentido estético, do depoimento dele sobre o mundo. E todo escritor quer escrever um livro Aí ele escreve o livro e nesse livro ele joga tudo, tudo o que ele tem a dizer. Quando ele termina o livro, ele percebe - estou citando Faulkner - ele percebe que ele não disse, nem começou. A ele vai começar a escrever outro, aonde vai finalmente dizer tudo. E assim sucessivamente. Às vezes acontece o cara realmente chegar ao momento que diz tudo. Ai o cara entra em crise. Eu ainda não tive isso. Eu sempre quando termino um livro, estou começando outro. Você bota a pedra lá em cima, no outro dia, ela está lá embaixo. Mas eu tenho realmente, não tenho vergonha de dizer isso, pode ser coisa meio megalômana ou coisa assim, mas eu tenho realmente essa missão, eu nasci para escrever. Você escreve para influenciar de alguma maneira o mundo em que você vive".
Fonte: RICCIARDI, Giovanni. Biografia e criação literária. Lauro de Freitas, BA: Livro.com, 2009.
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