"Percebo que, num momento determinado dos anos 80, após a publicação de Respiração artificial, muitos começaram a ver na história a possibilidade de falar da política do presente. O romance histórico era uma forma de escapar da literatura política no mau sentido e do realismo no sentido mais vulgar. Era uma maneira de intervir literariamente nos debates do presente, sem ficar presos no jornalismo ou na crônica imediata. É um tipo de escritr que funciona como duplo, como espelho de discussões do presente. Este é um aspecto mais forte do romance histórico que o aproxima do romance policial. A primeira vista, parecem muito diferentes, mas ambos permitem fuigr da literatura social e da literatura política, da perspectiva demasiadamente direta. O romance policial permite contar histórias de corrupção e de violência política"

Fonte: Jornal da Tarde, 20/09/1997 - Laura Hoslesson