“Na época em que Boll estava vivo, éramos vários. Hoje em dia eu sofro porque o peso que tenho de levar sozinho é enorme. Eu bem que gostaria que entre os intelectuais jovens houvesse alguns que saíssem de vez em quando de suas salas de aula ou de suas casas e abrissem a boca… Mas parece que entre esses há pouca disposição para seguir a tradição da intervenção política do intelectual… Vários intelectuais com quem me enfrentei ao longo dos anos, que eram estalinistas radicais nos tempos do comunismo, deram uma virada tremenda e hoje são completamente de direita. A coisa que mais me apavora na vida são esses convertidos. Levam seu fanatismo aonde quer que estejam. E, finalmente, a escassez de intelectuais militantes de esquerda pode ser explicada por uma palavra só: a moda. Não está mais na moda ser de esquerda”.