Eu prefiro literatura quando é realmente literatura, se você me perguntar se há alguma diferença entre literatura e literatura engajada. A literatura aparece quando ela, até mesmo engajada, tem um lampejo, uma qualidade de gênio que é muito mais universal do que o próprio engajamento, que talvex acorrente. Não acredito em literatura engajada; acredito no cidadão engajado. Acho, por exemplo, a história do Flaubert, a quem Sartre tanto admirava, uma história exemplar. Ele é maravilhoso por não ser engajado no que ele escreve. Eu acho lamentável que o Flaubert estivesse à margem do que ocorrua na França na sua época. O meu enjamento é um engajmento de cidadão. Não perfilho a minha literatura. Acho que o ato da criação artística é o ato da liberdade. O único engajamento que exige é o ato da liberdade".
RICCIARDI. Gioanni. Biografia e criação literária. Lauro de Freitas, BA: Livro.com, 2009.
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