"Escrever é minha profissão, é meu trabalho. Escrevo porque minha sobrevivência depende disso. Eu vivo do meu trabalho literário. Não tenho outra fonte de renda. Me tornei escritor profissional em 1976 quando da publicação do meu romance Galvez, Imperador do Acre. Sempre fui um profissional em tudo que fiz. Como filho de operário não vejo outra significação para o meu trabalho do que a necessidade de assegurar minha subsistência. A visão burguesa segundo a qual a literatura não é uma profissão parece-me tão exótica quanto o frio polar para um amazonense. É por isso que eu luto pela dignidade do trabalho de escritor que, aqui no Brasil, é considerado como fruto de horas de lazer ou como uma moeda sem valor de capital social no tráfico de influências. É por isso também que em cada uma das minhas obras me comprometo cada vez mais junto aos meus leitores para recriar o Brasil contemporâneo".
Fonte: FOGEL, Jean-François; RODEAU, Daniel. Pourquoi écrivez-vous? Paris: Libération, 1985.
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