"Já nasci escritor. Se você nasce escritor, você escreve. Você não escolhe. Eu preferiria muito mais ser político – ser, por exemplo, presidente dos Estados Unidos. Nasci numa daquelas famílias de onde os presidentes costumam vir. Mas não dá para fazer as duas coisas de forma efetiva. Quer dizer, se eu fosse um mau escritor como Winston Churchill, aí sim seria possível. Um escritor sério, porém, sempre deve dizer a verdade, e um político nunca pode entregar o jogo. São duas características que se chocam. Só fui político parte do tempo, mas tenho sido um escritor em tempo integral".
Fonte: Entrevista concedida a Ricardo Setti, publicada em parte no Jornal do Brasil de 25/03/1987 e republicada na íntegra no D.O.Leitura, ano 21, no 6, 2003.
"Sempre reluto em começar a trabalhar, e sempre reluto em parar. O que há de mais interessante no que respeita a escrever é a maneira como o ato apaga o tempo. Três horas parecem três minutos. E há a surpresa. Nunca sei o que vem depois. A frase que soa na mente muda quando aparece na página. Então começo a cutucá-la com a caneta, descobrindo novos significados. Às vezes caio na gargalhada ao ver o que acontece enquanto torço e altero as sentenças. Negócio curioso, considerando tudo. Nunca se chega ao fim. É por isso que continuo, suponho. Para ver o que serão as próximas sentenças que eu escrever".
Fonte: Os escritores: as históricas entrevistas da Paris Review. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
"Um escritor é alguém que escreve, só isso. Ele não consegue evitá-lo; e não consegue obrigar-se a fazer nada além disso"
Fonte: http://www.roteiroromanceado.com
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