Volta para a capa
ENTREVISTA SIMULTÂNEA

Carlos Heitor Cony

 

Nasceu em 14 de março de 1926 no Rio de Janeiro. Jornalista, romancista, contista e um dos grandes cronistas da literatura brasileira. Foi seminarista na juventude, quando ganhou seu primeiro prêmio literário. Era ele quem redigia os discursos solenes no Seminário São José. Estreou na literatura em 1956 com o romance O ventre, enviado ao concurso Manuel Antônio de Almeida. O livro é considerado o melhor romance, mas negam-lhe o prêmio (50 mil cruzeiros) devido ao caráter negativista e à linguagem rude de seu trabalho. No ano seguinte escreve outro romance - A verdade de cada dia - em apenas nove dias e envia ao concurso com o pseudônimo Isaías Caminha e leva o prêmio. O concurso animou-o a escrever mais outro romance, sob o pseudônimo José Bálsamo, em 1958 - Tijolo de segurança –  novamente premiado. A partir daí é um livro publicado por ano, iniciando com O Ventre (1958) até Pilatos (1974), seu romance predileto. “Com este romance eu lavei as mãos. Ele é uma ruptura com a literatura”, afirmou. Realmente, foram mais de 20 anos sem escrever. Só retornou em 1995 com Quase memória, romance autobiográfico, definido por ele como “quase-romance”, que teve quatro edições em um ano e tornou-se seu romance mais famoso, com mais de 400 mil exemplares vendidos. Um retorno magistral num livro no qual transparece o desejo de parar definitivamente com a literatura. Alarme falso, pois no ano seguinte escreveu O piano e a orquestra e, em seguida, A casa do poeta trágico (1997). Dessa época em diante não pára mais. São projetos editorias de todo tipo, além da participação diária no jornal Folha de S.Paulo e na Rádio CBN comentando temas do cotidiano. Essa convivência com o jornalismo teve início em 1952 no Jornal do Brasil, passando mais tarde para o Correio da Manhã e para a revista Manchete. Atualmente colabora para diversas revistas. Foi premiado diversas vezes: recebeu o Prêmio Jabuti em 1995, o Prêmio Machado de Assis em 1996 e o Prêmio Nestlé de Literatura em 1997. Em março de 2000 ingressou na Academia Brasileira de Letras. Em 2002 prometeu concluir um livro que será seu reencontro com a crença religiosa e afirma, de novo, tratar-se de sua última ficção: Missa para o padre Marcelo, uma narrativa de fôlego, que, de certa forma, dá continuidade à Informação ao crucificado (1961). Em 2003 deu-se outro lançamento no lugar do prometido: A tarde de sua ausência, em que explora o recurso da repetição. “Repeti cenas e situações para que eu próprio acreditasse na perdoável miséria dos personagens”, declarou. Em 2004 lançou O tudo e o nada, seleção de suas melhores 101 crônicas. Em seguida lançou mais um romance: O adiantado da hora (Objetiva, 2006). Seus dois últimos romances foram O adiantado da hora (2006) e A morte e a vida (2007). Seu lançamento mais recente foi um retorno às suas memórias: Eu aos pedaços (LeYa, 2010). Faleceu em 5/1/2018.

 

Prossiga na entrevista:

Por que escreve?

Como escreve?

Onde escreve?

Influências literárias

Jornalismo

Religião

Psicanálise

Cinema

Relações Literárias

Academia