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Jornalismo
Carlos Heitor Cony

"É preciso entender a diferença fundamental ente jornalismo e literatura. O jornalismo tem de ser objetivo, a literatura tem de ser subjetiva. Isso antes de mais nada. Outra diferença fundamental: enqanto o jornalismo só é bom quando é objetivo, a literatura só é boa na medida em que ela é subjetiva. E talvez o detalhe mais importante seja que o jornalismo parte do do univesal para o particular. E a literatua, não só a literatura mas a arte em geral faz o contrário: parte do individual para o universa".

Fonte: MUHLHAUS, Carla. Por trás da entrevista. R.Janeiro: Record, 2007.

Na literatura, eu expresso meu espanto. E no jornal, através da crônica, eu sou mais indignado. São atividades para mim completamente separadas. Em 64, por exemplo, quando eu estava sendo procurado pelo ministro da Guerra, acabei me refugiando e escrevi o romance Antes, o verão, mas nele não trato da questão política”.

Fonte: Cult (São Paulo), nº 21, abril de 1999 - Heitor Ferraz 

“Hoje, as pessoas que gostam dos meus livros me detestam como jornalista, e vice-versa. Quem gosta do meu trabalho no jornal diz que meus livros são alienados. O contrário também acontece. Recebo e-mails de leitores dizendo que, quando olham a minha coluna e vêm o nome fhc, viram a página, porque eu só falo besteira em matéria de política. Outros ficam danados quando escrevo coluna falando sobre a escova de dentes. O jornalismo expõe demais se você é cronista e usa a primeira pessoa, como é o meu caso. Jornalismo é ofício. Vocação é ser escritor. Mas não gosto desta palavra porque ela significa que alguém chama você. Como a vocação sacerdotal, que é atender ao chamado de Jesus: vem e segue-me. Na entrada do seminário tinha um azulejo com essa frase” .

Fonte: <www.penadealuguel.com.br> Cristiane H. Costa (27/07/2006)

"O jornalismo tem compromisso com a realidade, a atualidade, a necessidade de informação e até de formação. Informar, comentar, analisar e tentar são os pilares de sustentação do jornalismo. A literatura é lúdica e serve como reflexão do homem. A utilidade da literatura é dar munição ao homem para refletir sobre o seu destino. Uma meditação do homem sobre o mundo, o seu tempo. Pode ser drama, ser jornalística, mas não é da sua essência. Ela não tem nenhum compromisso; sempre terá um papel individual. O jornalista não pode ser individual; tem um lado social muito grande e quando escreve já o faz para um público dirigido. O sujeito compra o jornal muitas vezes não por causa dele, mas do outro. O livro, não. Quando você compra Shakespeare, quer ler Shakespeare. Quando compra um jornal. quer saber o tempo, a cotação do dólar. Eventualmente pode ler um artigo de alguém, mas o jornalismo é um mix de várias coisas. Não há comparação entre os dois. Há um lado material. Tem palavras, usa-se computaodr, mas nada os compara".

Fonte: LUCENA, Suênio Campos de. 21 escritores brasileiros: uma viagem entre mitos e motes. São Paulo: Escrituras, 2001.

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