"O Ruy Guerra me ligou de Lisboa, parece, não sei se está em Lisboa, em Paris, Madri. O Ruy Guerra disse que achou similitudes com o pai dele e queria fazer um filme. Eu disse: “Não, então faça sobre o seu pai”. Porque é o caso da Marília Gabriela, ela teve a lembrança do pai dela. Não dá filme porque você, veja, no cinema, um dos erros, um dos equívocos que se formam a respeito de literatura é esse, é achar que um livro sendo bom, necessariamente, dará um filme. Não. Porque os filmes precisam de ação, de trama. E o meu livro não tem trama...
Eu tenho dois romances filmados e escrevi três ou quatro roteiros para cinema. Inclusive um muito bom, aqui, passado em São Paulo, mas eu não posso nem dizer o nome porque é pornochanchada [risos]."
Fonte: Programa Roda Viva, da TV Cultura, 15/01/1996
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