“Creio que em um romance ou em um conto tem de haver cenas visuais. É por isso que as imagens do cinema influenciaram minha obra. A idéia é que em um romance ou em um conto haja, no começo, no meio e no fim, situações muito visuais”.
Fonte: Bravo! 1999 (Hernán Díaz / Victor Winograd)
"Não sei. Sei que gosto muito de cinema e que, durante muitos anos, eu ia todas as tardes nas primeiras sessões de cinema, às 3 da tarde, quando os cinemas estavam vazios. Já disse uma vez que gostaria que o fim do mundo me colhesse numa sala de cinema. De modo que gosto muito de cinema, mas não sei se existe essa influência... Bom (tentei escrever roteiros), em parte porque, quando pediram a Borges e a mim que escrevêssemos roteiros, não sabíamos fazê-lo. Realmente não eram bons e não os aceitaram...
Me espanta que haja muita relação entre a literatura argentina e o cinema. Em geral, não gosto muito do cinema argentino. Por outro lado, é verdade que gosto muito dos grandes filmes americanos. Mas, não diria que mais que dos grandes filmes italianos, dos grandes filmes ingleses e de muitos filmes, como Macumba [Sexual, de 1981], que são tão bons quanto os filmes americanos. Não gosto é do cinema de vanguarda, do cinema de cinemateca. Gostaria que de algum texto meu fizessem um filme, que as pessoas fossem ver nos sábados e domingos com a família e que se divertissem muito. Mas, os filmes que não divertem ninguém são construção de pessoas muito egoístas, que só pensam em si, como são os filmes de cinemateca, que não me interessam nada".
Fonte: Roda Viva. TV Cultura. São Paulo, 28/08/1995
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