por Jorge Luis Borges
"Quando escrevemos juntos, quando colaboramos, nós nos chamamos a nós mesmo H. Bustos Domecq. Bustos foi um tatatravô meu e Domecq foi um tataravô dele. Agora, o estranho é que quando escrevemos, escrevemos principalmente coisas de humor - mesmo que as histórias sejam trágicas, são contadas de um modo bem humorado, ou como se o narrador dificilmente compreendesse o que estava dizendo... quando escrevemos juntos, o que resulta da escrita, se somos bem-sucedidos, e às vezes somos - por que não? Afinal de contas, estou falando no plural, não? - quando a nossa escrita é bem-sucedida, então o que surge é algo bastante diferente das coisas de Bioy Casares e das minhas, até as piadas são diferentes. De modo que criamos entre nós uma espécie de terceira pessoa; de alguma forma geramos uma terceira pessoa quese parece em nada conosco".
Fonte: Os escritores: as históricas entrevistas da Paris Review. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
por José Castello
"Sempre me intriga o desprezo que, no Brasil, cerca a literatura do argentino Bioy Casares
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/02/2006
por Ricardo Piglia
“O Bioy Casares que me interessa mais é o que está mais próximo de Borges, o Bioy das primeiras obras. Gosto muito de A invenção de Morel, Plano de fuga e O sonho dos heróis, textos escritos até os anos 50. Os mais recente são mais populares, um tipo de literatura mais leve, que me interessa menos”.
Fonte: O Globo, 05/01/1992 – José Negreiros
"Gosto muitíssimo do que ele gosta menos: A invenção de Morel, Plano de fuga, A trama celeste, O sonho dos heróis. Depois ele renego o mais intenso, adotou uma postura otimista, elogiou os livros fáceis e divertidos, se dirigiu ao homem médio."
Fonte: SERRA, Alfredo. Así hablan los que escriben. Buenos Aires: Atlantida, 2001.
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