"Tenho a impressão de que escrever é quase um presente que nos deu algo que não sabemos o que é. Não depende da nossa consciência, mas de algo inconsciente como os sonhos. Mais tarde, a armação do texto, sim, é trabalho da consciência e da inteligência. Eu senti fascinação pela literatura. Gosto de escrever, me divirto escrevendo, é uma segunda natureza em mim. Escrevo até mesmo uma frase engraçada que ouço um garçon dizer num restaurante. Mas a minha verdadeira excitação pela literatura me chega através do que leio".
Fonte: O Globo, 25/10/1991
“Na verdade acredito que estamos todos comprometidos e que esse compromisso é que nos impele a escrever. Hoje estamos comprometidos com nossa consciência e, quase tão vivamente, a favor e sobretudo contra algumas opiniões. Logo, o compromisso do contista e do novelista é manter a fidelidade a uma espécie de idéia platônica da história contada. Por último, o compromisso geral da profissão, uma cortesia com o leitor que nos obriga a escrever claramente e o melhor que pudermos".
Fonte: Escrita, v.1, n.3, 1975
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