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Como escreve?
Hilda Hilst

"A poesia vem como uma febre. De repente lhe vem e aí você agradece. Você nem sabe explicar por que tem esse dom. (...) A prosa é difícil porque eu sento e não tenho nada. Primeiro eu só anoto. Por exemplo, A obscena senhora D tem algumas coisas minhas, outras não. Hoje ela fez isso, acordou a tal hora, fez aquilo... Depois ela vai se construindo, e você passa a conviver com o personagem. Quando a Senhora D ficou pronta, aí foi fácil escrever o livro. Aqui na vizinhança eles me vêem como ela. Me odeiam, dizem que eu eu levito. (...) A gente cria os personagens e eles ganham vida própria. Gostaria que o Vittorio (de Estar sendo. Ter Sido.) fosse meu amigo. Ele é muito debochado, mas eu gosto dele como pessoa. Tem muita coisa que ele inventa, quando é ele sempre que está falando. Ele inventa que é um outro, cria outras pessoas, mas na verdade é ele mesmo. Ele era louco pela irmã, comia muito a irmã e a irmã comia muito o pai, mas ele não sabia. Todo mundo era apaixonado pelo pai... É difícil encontrar um homem com humor. Se eu fosse homem gostaria de ter sido ele. Sinto muita saudade dos personagens."

Fonte: Correio Braziliense, 15/02/1998 - Sergio de Sá

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