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Jornalismo
Gabriel García Márquez

“O escritor, na criação literária, concede-se uma certa liberdade, desconhecida no jornalismo. Esta atividade continua bastante conservadora: existem leis sobre difamação e calúnia, e o que se pode escrever nos jornais fica limitado. Eu mesmo nunca tomo liberdades com os fatos quando sou jornalista... Nunca escrevi um conto ou um romance no qual uma linha, um episódio, não compreenda uma parte da realidade. Mas a diferença entre o jornalismo e a literatura não provém daí. Uma grande reportagem pode ser um trabalho literário. O leitor é quem diferencia radicalmente o que lê. Imagine que um único fato inexato basta para desqualificar um artigo, enquanto um único fato verdadeiro dentro de um romance leva a crer que todo o resto é autêntico”.

Fonte: O Estado de São Paulo, 03/01/1982 – Jean François Fogel 

"Sempre estive convencido de que minha verdadeira profissão é a de jornalista. O que eu não gostava no jornalismo, anteriormente, eram as condições de trabalho. Além disso, tinha de condicionar minhas idéias e pensamentos aos interesses do jornal. agora, após ter trabalhado como romancista e teralcançado independência financeira como escritor, posso realmente escolher os temas que me interessem e que correspondam às minha idéias. De qualquer forma, sempre fico feliz com a oportunidade de fazer um grande trabalho jornalístico... Em jornalismo, um único fato falso prejudica todo o trabalho. Já em ficção, um único fato verdadeiro dá legitimidade ao trabalho inteiro. Esta é a única diferença, e ela repousa no compromisso do escritor. Um romancista pode fazer qualquer coisa que qeira, contanto que faça com que as pessoas acreditem".

Fonte: Os escritores 2: as hsitóricas entrevistas da Paris Review. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

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