“Para compreender e para compreender o mundo em que vivo. È um processo de apreensão da realidade, de compreensão. Eu não consigo entender como é que alguém pode viver sem escrever. Eu entendo, por exemplo, o suicídio de Hemingway: ele escreveu muita coisa, boa ou ruim, teve uma vida muito movimentada e um belo dia descobriu que não conseguia botar no papel as coisas que pensava. Em circunstância semelhante, eu me suicidaria também, porque eu não consigo me imaginar sem estar escrevendo alguma coisa. O dia em que não escrevo é como se não tivesse tomado banho! Por que o passarinho canta e voa? Não sei. Ele pode deixar cantar? Não! O escritor, então, não pode deixar de escrever... É difícil... Eu preciso escrever, fisicamente até; o contato com a máquina de escrever é uma coisa sensual, erótica. Eu preciso disso”.
Fonte: RICCIARDI, Giovanni. Escrever 2. Bari: Ecumênica Editrici scrl, 1994.
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