"Escrevo, antes de tudo, porque não posso deixar de fazê-lo. O trabalho de criação literária é, para mim, imperativo. Escrever romances dá-me prazer e custa-me trabalho. Não é fácil, cada vez, com o passar do tempo e a maior experiência, torna-se mais difícil, a cada dia mais difícil. Divirto-me muito quando estou escrevendo, criar um romance é um trabalho árduo, porém alegre. Quando coloco a palavra fim no romance, ele para mim acaba, não volto mais a pensar nele, pertence aos editores, aos críticos, aos leitores. Sobretudo aos leitores".
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/10/1995 - Napoleão Sabóia
"Não sei fazer outra coisa. Na verdade, eu não sei fazer outra coisa. Há um número de coisas que todo mundo sabe fazer e eu não sei fazer. então, primeiro, eu escrevo porque, bem ou mal, é a única coisa que sei fazer; segundo, porque é um ofício que, sendo dificil, duro, por vezes dramático mesmo, é um ofício que dá também muita alegria, uma certa satisfação por ter feito alguma coisa. Quando alguém - e isso acontece com muita frequência - me escreve ou me procura e diz: 'Eu li tal livro seu e isso foi importante, ajudou minha vida'; quando um jovem vem do Brasil e me diz: 'Eu li Capitães de areia e então eu posso sentir o problema das crianças' etc,. isso m dá uma grande satisfação".
Fonte: RICCIARDI, Giovanni. Auto-retratos. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
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