"Nessa polêmica eu não entro, e não é porque ache que os críticos sejam injustos comigo. É que realmente essa crítica (descuido com a forma) que me fazem não me preocupa. Escrevo como sei escrever. Não sou um homem de laboratório literário, mas também não tenho nada contra os que são. Não polemizo nesse particular, porque acho que cada escritor é diferente do outro e que cada um tem o direito de fazer a sua literatura com o conteúdo ou a forma que melhor lhe parecer. Eu faço a minha como sei fazer. Não pretendo ser inventor de uma linguagem literária. Escrevo a lingua falada pelo povo, que é a que tenho mais dentro de mim mesmo do que propriamente dentro do meu ouvido. Aliás, não tenho bom ouvido...A realidade é que não existe competição no trabalho de criação. E, quando digo que a discussão promovida pela crítica nem sempre é séria, é porque ela muitas vezes encara o trabalho da criação como uma competição. O crítico que gosta da obra de fulano não se contenta em louvá-la e promovê-la, mas acha que para isso é necessário ridicularizar e diminuir a obra dos outros escritores que não se enquadram em suas concepções. Isso é uma coisa idiota, tola e pouco séria. Afora isso, acho a discussão crítica válida, porque ela esclarece muitas coisas".
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/05/1981 - Lourenço Dantas Mota
Quanto aos críticos, alguns gostam do que eu escrevo, outros não gostam. Não sou muito sensível aos elogios nem aos ataques da crítica".
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/07/1995 - Napoleão Sabóia
"A crítica é assim. O que é que você vai fazer? Você escreve e está sujeito à crítica. Deve reconhecê-la e aceitá-la, o que não quer dizer que você esteja de acordo com ela. Você pode discordar do que a crítica diz, mas deve compreender que os críticos têm o direito de fazer as colocações que bem entenderem. quer dizer: se eu eescrevo, me exponho à crítica; tenho que aceitá-la, sem que isso signifique que eu esteja achando tudo aquilo que ela diz correto. Em resumo, eu aceito a crítica no sentido em que ela se faça, ela se exerça".
Fonte: Cadernos da Literatura Brasileira, nº 3, mar. 1997