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Psicanálise
Mario Vargas Llosa

"Penso que o compromisso fundamental a que nos obriga essa vocação é o de ser autêntico, o de dizer, com o máximo vigor de que se é capaz, aquilo que o preocupa. O compromisso de um escritor é um compromisso fundamental com suas 'obsessões', com seus demônios, mais do que com suas convicções".

Fonte: LORENZ, Gunter W. Diálogo com a América Latina. S.Paulo: E.P.U. 1973.

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"Não fiz psicanálise, a literatura é o meu sofá. Se você quer saber se há algo de psicanalítico nisso, terá que perguntar á um psicanalista".

Fonte: O Estado de São Paulo, 15/11/97

"Veja, essa observação põe o dedo na ferida. Creio que a meu pai, com quem tive uma relação muito ruim, como conto no livro, devo duas coisas, tenho que lhe agradecer por duas coisas: primeiro, o ódio ao autoritarismo. Meu pai foi uma pessoa tão autoritária, de quem tive tanto medo quando menino, que creio ter feito nascer em mim essa espécie de resistência visceral contra toda forma de ditadura, de autoritarismo. Por outro lado, creio que devo a ele ser escritor, porque ele combateu muito em mim a vocação literária, porque pensava que a vocação literária transformava o homem em um fracassado. Enfim, creio que uma maneira de resistir à autoridade de meu pai, com certeza indireta e inconscientemente, foi afirmar essa vocação, porque eu inconscientemente sabia que talvez onde mais podia doer a meu pai era que seu filho fosse escritor, algo que ele considerava uma excentricidade, algo anormal. Ou seja, curiosamente devo a ele, com quem me dei tão mal, as duas coisas de que mais me orgulho, minha vocação literária e meu amor pela liberdade".

Fonte : Programa Roda Viva, da TV Cultura, 02/01/1995

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