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ENTREVISTA SIMULTÂNEA
Roberto Drummond

Roberto Francis Drummond

Nasceu em 21/12/1939, no Vale do Rio Doce, MG. Jornalista e escritor. Trabalhou em diversas redações de Belo Horizonte, mas guardava um carinho especial pelo período em que integrou a equipe de um tablóide ousado e irreverente, na década de 1950, cujo título - o Binômio – era uma gozação ao programa do então governador de Minas, Juscelino Kubitschek. O lema do jornal era "99% de independência e 1% de ligações suspeitas". Seu primeiro livro – A morte de D. J. em Paris (1975) foi considerado um marco na pós-modernidade da literatura brasileira. Repleto de referências a ícones da cultura pop, a narrativa desconexa e sempre inconclusa convida o leitor a participar do texto de múltiplas possibilidades de interpretação. Com este romance tornou-se  escritor revelação, recebendo o Prêmio Jabuti. Numa primeira fase de sua carreira, participou da chamada literatura pop, caracterizada pela ausência de cerimônias e pela proximidade com o cotidiano. Nesta linha, ainda  escreveu O dia em que Ernest Hemingway morreu crucificado  (1978); Sangue de Coca-cola (1980) e Quando fui morto em Cuba (1982). Logo depois iniciou uma nova fase literária, com enredos mais complexos, e lança dois romances: Hitler manda lembranças  (1984) e Ontem à noite era sexta-feira (1988). Em 1991, lançou seu maior sucesso, o romance Hilda Furacão, que foi adaptado para a televisão por Glória Perez, numa minissérie. Pare ele, o fato de o livro ter se tornado sua obra-prima resultou numa espécie de prisão. "Sou um eterno refém de 'Hilda Furacão'", dizia. O cenário principal da trama é a capital mineira do final dos anos 50 e início dos anos 60. Os capítulos de Hilda seguem o modelo de suspense dos folhetins, instigando a leitura do próximo. Várias ações ocorrem quase ao mesmo tempo, dando ao texto conferindo uma dinâmica expressiva. A história central focaliza a personagem que dá nome ao romance, dona de um famoso cabaré na cidade. Publicou, também, Inês é morta (1993) e O homem que subornou a morte & outras histórias e O Cheiro de Deus (2001). Costumava dizer que a morte sempre esteve presente em suas obras. De fato, integra o título de cinco dos seus livros. Seu último romance, publicado postumamente, foi   Os mortos não dançam valsa. Faleceu em 21/06/2002.

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