Nasceu em Paris, em 9 de janeiro de 1908. Participante do grupo de escritores filósofos que deram uma transcrição literária aos temas do Existencialismo, é conhecida pelo seu ensaio O Segundo sexo (1949). Trata-se de um clássico da literatura feminina, um apelo intelectual e apaixonado pela abolição do que ela chamou o mito do “eterno femenino”. Sua conhecida frase “Não se nasce mulher, se faz” identificou que a origem da suposta inferioridade feminina se encontra mais na sociedade do que no sexo. Em 1929, concluiu o curso de filosofia na Sorbonne e conheceu Sarte, com quem manteve um casamento “aberto” por toda a sua vida. Em 1945, fundaram a prestigiada revista Les Temps Modernes, da qual eles próprios eram os principais colaboradores. Seu primeiro livro, A convidada (1943), descreve a destruição do relacionamento de um casal. Das suas obras, a mais conhecida talvez seja Os Mandarins (1954), uma crônica da tentativa de os intelectuais do pós-guerra deixarem seu status de elite educada, “mandarins”, para se engajarem no ativismo político. Escreveu, também, alguns livros de filosofia, livros de viagem e autobiográficos: Pour une morale de l ’ambiguité (1947), La longue marche: Essai sur la Chine (1957), L’Amerique au jour de jour (1948), Mémoires d’une jeune fille rangée (1958), La force des choses (1963), Tout compte fait (1972), entre outros. Preocupada com o problema da velhice, escreveu Une mort trés douce (1964), sobre a morte de sua mãe, e La Vieillesse (1970), uma amarga reflexão sobre a indiferença da sociedade pelos idosos. Em 1981, escreveu La c érémonie des adieux, um doloroso relato dos útimos anos de Sartre. Considerada uma mulher corajosa e íntegra, viveu de acordo com sua consciência e, conforme o crítico português R. Q. Cobra, baseada na sua própria tese de que as opções básicas de um indivíduo devem ser feitas sobre a premissa e uma vocação igual para homem e a mulher fundadas na estrutura comum de seus seres, independentemente de sua sexualidade. Faleceu em 14 de abril de 1986.
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