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Como escreve?
Dyonélio Machado

Não refaço o que escrevo. O que ocorreu com Os ratos, que de conto passou a romance, foi um novo nascimento. Como o de Dionísios, que incompleto no ventre de Semele, vai criar forma e vida na coxa de Zeus. Horário mesmo não tenho. Prefiro as madrugadas, no seu relativo silêncio. Para a estruturação da intriga valho-me das minhas caminhadas pela meia manhã. Um bom livro de ficção não me perturba quando escrevo os meus. Tanto mais que tenho por hábito ler à noite, deitado. Não releio o que faço, quando já terminado. Meu narcisismo nasce e morre à primeira e única revisão. Abri uma exceção com a segunda edição de O louco do Cati: fiz questão de ler a prova de página, para me capacitar do mau apreço em que era tido. Pois não é que acabei gostando dele um pouco?”.

Fonte: O Estado de São Paulo, 21/06/1981 – Julieta de Godoy Ladeira    

"Tenho como regra bater à máquina os meus livros. Esporadicamente recorro a papel e lápis. Num conto ou romance matuto muito. Em Os ratos levei nove anos. Primeiro fiz um conto: não traduzia a emoção que o caso me despertara. Rasguei-o. Fiquei a averiguar a causa disso. Tudo residia na dificuldade de obter o dinheiro, e nos meios a por em prática. Só mesmo um romance, embora pequeno, poderia dar-lhes vida".

Fonte: STEEN, Edla van. Viver & escrever 2. Porto Alegre: LP&M, 2008.

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