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Psicanálise
Dyonélio Machado

(Sobre o fato de ter escrito O louco do cati ditado, porque estava doente). Foi ditado, o livro. Mas não fiz mais do que faria se pudesse escrever ou bater à máquina; E que é decerto o que todos fazem e você também. Eu não quereria dizer isso alto, sobretudo se hovesse um psiquiatra por perto: quando se está fazendo um livro, entra-se num verdadeiro delírio. Ou infantilismo. Põe a personagem a falar, como as crianças fazem com as bonecas. Ainda bem que não se fala alto: se não seria a camisa de força. Quando você enseja por paisagens verdes que lhe mitiguem a fome e a sede, não me venha dizer que a frase que não dá nome à sensação não estava feita. Se não estivera, a sensação não existiria. O Logos é deus, porque cria nomes, sem os quais as coisas não existiriam realmente. Quanto aos diálogos, sempre procurei dotá-los de naturalidade. Já alegueio-os em meu favor, no tempo em que se negava que fosse ficcionista. Arrependo-me da confissão. O final, de que você tanto gostou, o que muito me desvaneceu, o final já se achava feito por natureza".

Fonte: O Estado de São Paulo, 21/06/1981 - Julieta de Godoy Ladeira

"Nos meus livros não fiz psiquiatria, mas psicologia. E está mesmo muito sujeita a caução.

Fonte: STEEN, Edla Van. Viver & escrever. vol. 2. Porto Alegre: L&PM, 2008.

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