1- Ler apenas quem escreve melhor do que nós.
2- Tentar descobrir nossa "medida", isto é: o meio caminho ideal entre ser explícito e ser obscuro. Quem descobre a medida, como Hemingway descobriu, ganha o Nobel.
3- Ler, ler muito. Escrever, escrever muito. Todos os dias.
4- Escutar os outros sobre nossos próprios textos. Mas esses outros precisam ter duas qualidades complementares: a) competência para análise de textos literários; b) sinceridade. É raríssimo encontrar pessoas com ambas qualidades.
5- Escrever aquilo que se gosta de ler. Se gostamos de textos simples, por que escrevermos complicado?
6. Ter sempre um caderno de notas no bolso, ou algo semelhante. Ele deve ficar à nossa cabeceira, à noite. As idéias nos alcançam quando menos esperamos.
7. Saber que o sucesso e a qualidade literária pertencem a universos diferentes.
8. Fugir da vida literária; isso só desintegra o figado e cria inimigos, para além de ser uma colossal perda de tempo.
9- Criar espaços (emocionais, fisicos, cronológicos) para exercitar a literatura, mesmo que "isso signifique abdicar de coisas aparentemente necessárias.
10. Pensar como escritor, isto é, conotativamente. Deixar o pensamento dedutivo apenas para quando estivermos estruturando nosso romance.No plano textual, usar de preferência conjunções coordenativas, em vez das subordinativas.
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Fonte: Rascunho, n° 100, agosto de 2008
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