Volta para a capa
Relações Literárias
LUIZ ANTONIO DE ASSIS BRASIL

por Deonísio da Silva

"O ponto alto da ficção de Luiz Antonio de Assis Brasil tinha sido até agora As virtudes da casa, mas Cães da Província o supera em muitos aspectos, sobretudo numa frase mais inventiva, um modo de narrar mais ousado. É saudável a busca de várias heresias narrativas, que rompem com certa ortodoxia ficcional à que ele parecera muito apegado antes, mais preocupado em preencher uma forma europeia – certo modelo de romance – com matéria desses trópicos. Agora já não há mais resquício daquele escritor ainda contido de A prole do corvo. Cresce um romancista dos melhores da nossa geração".

Fonte:ASSIS BRASIL, Luiz Antonio. Cães da província.1988.

por Leo Gilson Ribeiro

"Confesso que, com a avalanche de livros — raros ótimos, a maioria papel inútil — que tenho de desvendar semana após semana, nunca tive a alegria de ler algum dos vários livros de Luiz Antonio de Assis Brasil, cujo total ultrapassa dez. Agora sou imediatamente arrebatado por esse recém-publicado O pintor de retratos, que assombra não só pelo domínio do estilo, como pela perfeição de unir uma história ficcional com o deslumbramento da Belle Époque parisiense, com o fotógrafo Nadar — famoso por captar a alma de seus fotografados e sua deslumbrante retratada, a grande atriz Sarah Bernhardt".

Fonte: Caros Amigos, São Paulo, set. 2001

por Marisa Lajolo

"A excelência literária do texto, em outras circunstancias, dispensaria que se mencionasse que ele foi originalmente apresentado como tese de doutoramento à PUC-RS de Porto Alegre. Mas talvez valha a pena mencionar esta gênese sua, em primeiro lugar, porque a aceitação de textos de criação como tese acadêmicas é um precedente auspicioso no caso de romancistas do quilate de Assis Brasil. Em segundo lugar, é preciso assinalar que a aproximação entre escritores e os centros de reflexão sobre o fazer literário é mutuamente enriquecedor"

Fonte: Jornal da Tarde, São Paulo, 1901/1988

por Moacyr Scliar

"Cada novo livro de Luiz Antonio de Assis Brasil é uma celebração literária. Estamos diante de um mestre, de um escritor notável pela elegância da forma e pelo domínio da técnica narrativa. Mas Assis Brasil é, antes de tudo, um escritor amável"

Fonte: Zero Hora,Porto Alegre, 03/11/2003

por Regina Dalcastagnè

"Luiz Antonio de Assis Brasil é um narrador como poucos no País. Com perfeito domínio da palavra, não faz estilo, conta histórias. Segue o exemplo de um mestre, o conterrâneo Erico Verissimo, que guardou dentro de sua obra um pouco da história e da alma do povo gaúcho. Assis Brasil desenvolve essa linha com independência e originalidade. Esses volumes iniciais de sua trilogia (que na verdade é um romance em três tomos, uma vez que dificilmente se poderia  ler Pedra da memória sem ter lido antes Perversas famílias), o aproximam desde já de nomes como João Ubaldo Ribeiro e Autran Dourado, autores que produziram obras-primas graças à arte do bem narrar e que também encontraram na História do Brasil o alimento para suas tramas.  Sem malabarismos estilísticos, o texto do romancista gaúcho tem graça e sabor, equilibra bem a ironia e o referencial histórico, possui elegância, enfim".

Fonte: Correio Braziliense, 04/05/1994

por Tabajara Ruas

"Luiz Antonio de Assis Brasil é um homem urbano, ponderado, culto, extremamente gentil. Algum demônio habita seu pequeno quarto e lhe sussurra essas histórias densas de amargura, fortaleza e violência. Ele sabe que o Rio Grande está ali, num desses livros tão temidos. Porque só podem ser temidos: no ano do Sesquicentenário da Revolução Farroupilha ele lançou As Virtudes as casa, história de mulheres isoladas numa estância perdida no pampa. Mais do que nunca, com paixão e lucidez, ele busca nesse livro as matrizes de nossa maneira de ser. Ninguém aceitou o desafio de responder a essas páginas turvas, cheirando a sexo, incenso e campo. Não aceitaram nossos intelectuais que discutem Kundera no Borgart; não aceitaram nossos tradicionalistas que aos domingos se fantasiam com bombachas e outras insumentárias curiosas".

Fonte: Diário do Sul, Porto Alegre

por Wilson Martins

“Gosto muito ainda do Luis Antonio de Assis Brasil, de Porto Alegre. Ele parte de temas locais, mas tem uma perspectiva universal, ao contrário de Manoel de Barros, que é tão festejado, mas faz um regionalismo direto, sem força alegórica ”.

Fonte: O Estado de São Paulo, 30/05/1998 – José Castello 

"É escritor para quem a literatura existe, exigindo leitores para os quais a literatura exista, quero dizer, o vasto mundo ao mesmo tempo nebuloso e nítido criado pela tradição que se constituiu através das obras de literatura que testemunham inquietação espiritual em que a realidade só adquire sentido quando transposta, por paradoxo, para os domínios da imaginação. No caso do romance, o segredo da grande literatura está em encarar a realidade como ficção, e a ficção como realidade - acrescendo-se, no romance histórico, a necessidade de atribuir ficcionalidade às pessoas da vida real, e realidade (mais do que “realismo”) aos personagens fictícios. É o que Assis Brasil sabe fazer com a mão de mestre, embora muitas vezes as mãos dos mestres apareçam na parede de seu gabinete de trabalho como sinais ominosos num festim de Baltasar literário.

Fonte: Jornal do Brasil, 08/04/1995

 

- Por que escrevo?

- Como escrevo?

- Onde escrevo?

- Política

- Cinema

- Música

- História

- Crítica literária

- Conselho literário

- Academia

- Perfil

- Entrevista

- Biografia