"Os críticos são geralmente homens incomodados com a presença da violência - ou seja, uma descrção crua do mundo real e suas complexidades sociais, políticas e morais - no trabalho das criadoras, não só as escritoras, de todos os campos artísticos. Creio que é uma crença equivocada considerar que esses temas comprometidos devem estar reservados só aos artistas masculinos, porque no século XX escritoras e artistas temos enfocado esse espinhoso territorio. Já não há como voltar atrás!".
Fonte:www.elcultural.es (18/09/2012)
"Às vezes leio resenhas, e sempre leos as críticas que me são enviadas. Os ensaios críticos são interessantes por si mesmos. Naturalmente é prazeroso desocbrir que alguém leu nosso trabalho e se manifestou sobre ele; na maioria das vezes ser compreendido, ser elogiado excede as expectiativas... A resenha em geral é um artigo escrito rapidamente e não pretende ser considerada definitiva. Portanto, não é aconselhável que os escritores lhe dêem muita atenção. Todos os escritores sem excessão se vêem de vez em quando atacados por por lónguas viperinas. Creio que a experiência (desde que se sobreviva a ela) produa uma liberação maravilhosa: após a primeira morte não ha outra... Um escritor que tenha publicado tantos livros quanto eu já desenvolveu, por necessidade, uma pele espessa como a de um rinoceronte, ao mesmo tempo que, em seu interior, mora o espírito esperançoso e frágil de uma borboleta".
Fonte: Escritoras e a arte da escrita: entrevistas da Paris Review. R.Janeiro: Gryphus, 2001.