"Tendo concluído um romance impregnado do que Jung chama de experiência de Deus, verifico que sei cada vez menos sobre mim mesma e sobre minhas crenças. Tenho crenças, é claro como todo mundo - mas nem sempre acredito nelas. A fé vem e vai, Deus se dispersa em uma confusa plenitude de elementos - meio ambiente, amor, amigos e família, carreira, profissão, 'destino', harmonia ou desarmonia bioquímica, a cor acinzentada do céu ou seu azul hipnótico. Esses elementos se aglutinam em alguma coisa aparentemente unificada. Mas essa é uma predleção humana, não é? - nossa tendência para ver e desejar ver exatamente o que projetamos de nossa alma sobre o universo. Espero continuar a escrever sobre a experiência religiosa, porém, no momento sinto-me esgotada, vazia. E perplexa como sempre".
Fonte: Escritoras e a arte da escrita: entrevistas da Paris Review. R.Janeiro: Gryphus, 2001.