"Durante algum tempo falou-se que eu deveria ir a um neurologista; movida pela superstição e o nervosismo, comecei a ler publicações especializadas no assunto. O que descobri me apavorou tanto que, como resultado, fiquei boa. A grande preocupação com a 'medicina' surgiu realmente de uma experiência de certa duração, que me fez entrar em contato com fatos envolvendo a mortalidade: hospitais, doenças, médicos, o mundo da morte e dos que estão morrendo, e nossas defesas contra esses fenômenos. Procurei lidar com meus parcos sentimentos sobre esses assuntos dramatizando aquilo que via como reações próprias da 'mortalidade'. Meu esforço para criar um personagem de ficção com nossa síntese, e sucessiva abertura dentro de um contexto quase alegórico, resultaram em um romance difícil de escrever - e talves - difícil de ler".
Fonte: Escritoras e a arte da escrita: entrevistas da Paris Review. R.Janeiro: Gryphus, 2001.
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