Palestras:
SCLIAR, Moacyr. Medicina e Literatura. Faculdade de Medicina da UFMG. Belo Horizonte, 25/06/2004.
Medicina e literatura partilham um território comum. Ambas lidam com a condição humana, a dor, a doença, a morte, bem como a figura do médico, tem sido tema de muitas e importantes obras literárias (algumas das quais serão discutidas nesta palestra). De outro lado, não raro escritores demonstram uma sensibilidade especial para entender a relação médico-paciente, o que pode ser muito útil para médicos e estudantes de medicina. Finalmente, ambas lidam com a palavra; no caso da medicina a palavra é um instrumento terapêutico, no caso da literatura um instrumento de criação estética. Mas interessantes paralelos podem ser estabelecidos entre estes diferentes usos da palavra. A inter-relação entre medicina e literatura é um dos aspectos principais das chamadas Humanidades Médicas, que vêm sendo introduzidas nos currículos de várias escolas médicas.
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Fonte:www.ufmg.br/ieat/index.php?option=com_content&task=view&id=78&Itemid=115
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SCLIAR, Moacyr. Literatura e medicina: o território partilhado. Cadernos de Saúde Pública. R.Janeiro, 16(1): 245-248, jan-mar. 20000 .
Resumo: Partido do texto do escritor português José Cardoso Pires, “De Profundis: Valsa Lenta”, em que o autor descreve a afasia pela qual passou em conseqüência de acidente vascular cerebral, são feitas considerações sobre o enfoque da doença pro escritores e por médicos. As diferenças apontadas, em termos da forma e do conteúdo dos textos que, na literatura e na medicina, descrevem a doença, enquadram-se no conflito entre as duas culturas, tal como descrito por C.P. Snow, sendo característico da crescente especialização. A inclusão de textos literários no treinamento de médicos e de profissionais da saúde pode ajudar a superar esse hiato, facilitando o entendimento da doença em sua dimensão mais ampla e contribuindo para um melhor relacionamento profissional-paciente
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PRADO, Adélia. Literatura na Medicina. Faculdade de Medicina da UFMG. Belo Horizonte,05/09/2008.
Para analisar a aparente falta de relação entre Literatura e Saúde, o Programa Saúde & Cultura contemporâneas do País, para uma apresentação extraordinária, dentro de sua programação. Adélia também vai analisar a importância da literatura para aidou a mineira Adélia Prado, uma das maiores escritoras conte formação ética de um povo e na humanização das relações sociais e profissionais. Sob moderação do psicanalista e ex-aluno da Faculdade de Medicina da UFMG Ram Avraham Mandil, professor da Faculdade de Letras (Fale), o bate-papo, aberto ao público e com entrada franca, acontece no dia 25 de setembro, às 19h30, na sala 34 (anfiteatro Amílcar Vianna Martins). Na avaliação do coordenador do Programa, professor João Gabriel Marques Fonseca (CLM), o tema Saúde e Literatura se justifica pelo fato de que o ensino ultrapassou os limites das disciplinas específicas. “Por isso é de grande valor essa união entre as áreas”, analisa. O fato é que os textos acadêmicos direcionados à formação de profissionais de saúde trazem muitas teorias e técnicas, apresentadas por meio de texto fechado, cientificamente comprovável, e com o objetivo de reduzir ao máximo as ambigüidades e “entrelinhas”. “Já os textos literários são diferentes”, observa o professor José Narciso Bedran, também do CLM, que usa a literatura como instrumento de formação de profissionais imbuídos do sentido da humanização nos atendimentos. De acordo com o professor Ram Mandil, a idéia do escritor de literatura está expressa em suas palavras, mas sempre permite e incentiva a subjetividade inerente às experiências e valores do leitor. “Nas universidades, os estudantes recebem uma formação orientada às especificidades do curso, muito voltada para as ciências, especialmente à biologia. Mas temos que lembrar que cada paciente é único e possui suas subjetividades, assim como os textos literários”, ressalta.
Fonte: www.medicina.ufmg.br/noticias/?p=2294
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MACCARINI, Manoel Evandro. Medicina e literatura. 4ª Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC. Colaboradores: Gilberto Daniel Luz, Liana Miriam Miranda Heinisch, Fabiola Schauffler Stock, Giovanni Enrico Dias Favretto, Glaucia Itamaro Heiden
A fusão interdisciplinar entre literatura e medicina deriva de um relacionamento cultural em que a literatura sempre residiu na medicina. Embora essa inter-relação entre medicina e literatura seja milenar, só começou a ser posta em prática, de fato, há algumas décadas, nos Estados Unidos. Foi a partir de pioneiros norte-americanos que, aproveitando a época de mudança em que passava o ensino médico naquele país, essa relação foi oficializada como disciplina em algumas escolas de medicina. No começo, o objetivo era "ensinar o estudante que ler, no sentido verdadeiro da palavra, é ajudar a treiná-lo na sua carreira médica". Hoje, contudo, já se percebe o estudo da linguagem, escrita ou falada, como um subsídio, para que o médico possa melhor ouvir e compreender a história contada pelo paciente, ajudando-o a entender o que o paciente expressa, muitas vezes de forma confusa ou segmentada. Outro aspecto importante é a "aproximação ética", em que o leitor pode analisar situações passivas de discussões éticas através de uma observação em terceira pessoa, com certa imparcialidade. Desse modo, o médico poderia alcançar novos horizontes, entender e rever conceitos, que dificilmente seriam assimilados por experiência própria e pela cultura médica, que possui, em geral, uma linguagem padrão. Então, seguindo essa tendência mundial, o curso de medicina da UFSC, em sua 1º fase, na disciplina de "Introdução ao Estudo da Medicina I", proporciona tal experiência aos seus alunos. Essa é adquirida através da leitura de livros como: "A casa do escorpião", escrita por Nancy Palmer; e "O Físico - A epopéia de um médico medieval", escrita por Noah Gordon; ou através da apresentação de seminários que, a partir de narrativas orais, buscam apresentar assuntos do cotidiano. Além disso, a disciplina incentiva a leitura de textos que não tratam diretamente de medicina, já que uma simples narrativa, já desenvolve certas habilidades, como compreender a real dimensão das dores e angústias do ser humano. A literatura é, sem duvida, uma forma de arte que enriquece muitas facetas da experiência humana. Sendo assim, ela não pode ser reduzida a apenas uma ferramenta de análise; pelo contrário, a palavra escrita tem um inerente e inexplicável poder. Essa relação ajuda o futuro profissional a reconhecer a dimensão humana, tornando-se um profissional mais eficiente, qualificado para lidar com as condições humanas e podendo, finalmente, exercer a medicina de forma plena.
Fonte: www.sepex.ufsc.br/anais_4/trabalhos/673.html
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PATIM, Isabel. Literatura e Medicina - I Encontro de Ciências e Culturas. Porto, Portugal: Edições UFP-. Universidade Fernando Pessoa.
Este livro reúne as comunicações apresentadas no I Encontro de Estudos sobre Ciências e Culturas, promovido pela Universidade Fernando Pessoa, na Unidade de Ponte de Lima. Organizado pelo Centro de Línguas, Culturas e Literaturas, o referido Encontro teve como objectivos promover diálogos inter e intradisciplinares, explorar as relações entre os conhecimentos literário e médico e estudar a formação de atitudes culturais nestes domínios. A participação de médicos-escritores / escritores–médicos e investigadores das áreas da Literatura, Química e Antropologia contribuiu para uma discussão qualitativa das temáticas insertas nos objectivos do Encontro de que nos fala este volume.
Fonte: www.ufp.pt
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SÁ, Maria José. Crónicas da vida de uma médica. Porto, Portugal: Edições UFP-Universidade Fernando Pessoa.
Este livro contém dez histórias médicas baseadas em factos verídicos, vividas por Maria José Sá durante o exercício profissional desde 1979 a 1992. Todas diferentes no que se refere a doentes, locais, situação profissional, ambientes de serviço e ilustrações, têm em comum o facto de relatarem momentos marcantes da relação humana médico-doente que persistiram na memória da autora como registos fotográficos. Muito para além da descrição da actividade médica, as histórias mostram, na sua essência, que a compreensão do outro e a partilha de sentimentos e de emoções tornam plena de sentido a arte de ser médico.
Fonte: www.ufp.pt
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Blau Souza - Medicinia e Literatura
A linguagem ao permitir comunicação entre os homens criou um incalculável liame de possibilidades. Usando sons a suas representações gráficas, palavras, orações, discursos foram surgindo e sendo acumulados. Desenvolveram-se atividades com os mais diversos embasamentos, mas sempre permitindo que o homem usufruísse das ciências e das artes através dos tempos. Contar e ouvir histórias passou a ser a base para uma série de profissões. Uns, por exemplo, passaram a contá-las para deleite dos demais e para torná-los mais cultos, e as escreveram no papiro, nos pergaminhos, no papel ou na linguagem dos computadores, mas sempre fazendo literatura. Outros se especializaram em ouvir histórias e queixas dos padecimentos humanos visando entendê-los e buscar alívio ou cura para os sofredores. Foram mágicos, sacerdotes, feiticeiros, pajés em diferentes culturas antes de chegar ao estágio científico dos atuais praticantes da medicina. Nada mais esperado que as histórias enriqueçam as vidas de indivíduos que exerçam as duas atividades. E o mundo está cheio de doutores-escritores ou de escritores-doutores.
Os sintomas na medicina são subjetivos, mas necessitam ser expressos para serem entendidos, estudados e tratados. Quanto mais culto o queixoso, melhor será a representação sonora ou gráfica do sofrimento e não é por acaso que muitas doenças ou entidades são conhecidas pelos nomes de doentes célebres que delas sofreram. O mais comum, entretanto, é que elas passem a ser associadas aos nomes dos doutores que as souberam colher dos pacientes e que tiveram arte suficiente para generalizar seu entendimento. Por vezes surgirão dúvidas como esta: Sigmund Freud foi melhor como médico ou como escritor? E quantos doutores, diante de uma impossibilidade de cura, fantasiam, criam ficção, numa evidente digressão que resulta em literatura. Na medicina de hoje, quando a tecnologia se hipertrofia, há necessidade de um humanismo, que dificilmente será encontrado em tanta abundância quanto na literatura. Não é por acaso que universidades em todo o mundo estão investindo em disciplinas que ensinem literatura e história da medicina. O Dr. Moacir Scliar, certa vez, ao ser convidado para ministrar curso de literatura para estudantes de medicina nos Estados Unidos, quis saber o porquê da escolha. De modo pragmático recebeu a resposta: era preciso ter formação humanística para melhorar a relação médico-paciente e tornar menos freqüentes os processos contra doutores e hospitais.
Qual livro de medicina expressará melhor um sofrimento crônico quanto Tolstoi ao criar Ivan Illitch? ou Thomas Mann na Montanha Mágica? Qual estudante de medicina não se enternece ou se indigna ao ler Cronin, Sinclair Lewis, Érico Veríssimo ou Machado de Assis quando falam médicos, de acadêmicos de medicina ou de doentes com seus sofrimentos reais ou imaginários?
Rabelais, Tchekhov, Williams C. Williams, Celine, Somerset Maugham, Marañon, Miguel Torga foram grandes escritores e foram médicos. No Brasil, um Guimarães Rosa ou um Pedro Nava foram notáveis em ambas as atividades. No Rio Grande do Sul o número de médicos que se dedicam a produzir textos literários excede expectativas. Sem querer explicar o porquê isso acontece, tive a honra de participar de duas experiências muito enriquecedoras. A primeira foi a de escolher quarenta patronos para uma virtual academia de médicos escritores do Rio Grande do Sul e que Moacyr Scliar aproveitou no texto para Fogos de bengala nos céus de Porto Alegre, livro comemorativo ao centenário da mais antiga faculdade de medicina do Estado. A segunda experiência foi dividida com os colegas Franklin Cunha, Fernando Neubarth e José Eduardo Degrazia, quando em sete anos editamos sete livros. Nos seis primeiros, há pequenos verbetes biográficos e textos de cento e vinte seis médicos em pleno exercício da medicina no Estado e que elaboraram textos literários, na sua maioria, inéditos. No sétimo, fizemos uma homenagem a mais de duzentos e sessenta médicos, todos já falecidos, que escreveram textos não técnicos no Rio Grande do Sul e que incluem alguns estrangeiros ou brasileiros de outros Estados que moraram por algum tempo entre nós. Há pequenas biografias e dados sobre as obras produzidas. Foram escolhidos onze autores como paradigmas das duas atividades e para os quais, elaboramos biografias mais aprofundadas, bem como apresentamos trechos escolhidos de suas obras. Eis o grupo dos onze: Caldre e Fião, autor do primeiro romance gaúcho e segundo do Brasil; Noemy Valle Rocha, feminista, estudiosa de folclore e que escrevia contos; Ramiro Barcellos, autor de Antônio Chimango e político ilustre; Cyro Martins, o romancista de Trinta, que consagrou a tríade do gaúcho a pé; Dyonélio Machado, político e romancista do cotidiano urbano; Balbino Marques da Rocha, clássico da poesia gauchesca; Aureliano de Figueiredo Pinto, que em prosa e verso dignificou o regional; Pedro Geraldo Escosteguy, poeta, artista plástico e grande figura do grupo Quixote; José Fernando Carneiro, pensador, ensaísta, nascido fora do Estado; Prado Veppo, poeta consagrado do cotidiano e do social; Mário Rigatto, professor de medicina e de vida e assíduo colaborador da série Médicos (Pr)escrevem.
Para encerrar, gostaria de fixar o foco de atenção numa figura admirável como cidadão, médico e escritor: José Antonio do Vale, que ao iniciar-se no jornalismo adicionou ao nome as palavras Caldre e Fião. Coopera para esta escolha o mistério que cercou o desaparecimento de sua principal obra por cento e quarenta e cinco anos. Caldre e Fião nasceu em Porto Alegre em 1821. Órfão de pai aos dois anos de idade, iniciou a trabalhar numa farmácia aos treze. Foi auxiliar de botica na Santa Casa de Porto Alegre em troca de ração diária de carne e farinha. Transferiu-se para o Rio de Janeiro e tornou-se um entusiasta da homeopatia. Publicou Elementos de Farmácia Homeopática para uso da Escola de Medicina Homeopática do Rio de Janeiro e da curiosa mocidade brasileira e portuguesa que quiser estudar este ramo de ciência médica e uma Enciclopédia de conhecimentos úteis e História das funções da vida humana. Dono de muita erudição, tornou-se professor de várias matérias em colégio pertencente à família de dona Maria Isabel Lemos, com quem se casou. Sem grandes anúncios, lançou em 1847 os dois volumes de A Divina Pastora: novela rio-grandense, primeiro romance de autor gaúcho e segundo na literatura brasileira. O livro ficou desaparecido por cento e quarenta e cinco anos e gerou mistério e desconfiança quanto à sua existência, afinal comprovada com o surgimento de um exemplar no Uruguai em 1992. Antes disso a obra existia apenas através de anúncios de venda e pela notícia do aproveitamento das palavras churrasco, guaiaca e picanha, pinçadas por Antônio Pereira Coruja para seu livro Coleção de vocábulos e frases usadas na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Caldre e Fião tornou-se combativo jornalista, empolgado pela abolição da escravatura. Fundou o jornal O Filantropo, que se anunciava como humanitário, científico e literário. Também escreveu para mais dois jornais abolicionistas e seu segundo romance foi publicado em folhetim pelo jornal O Americano a partir de janeiro de 1849. Foi ameaçado de morte e de bloqueio de seus livros por rico comerciante a quem chamara de “traficante de carne humana”. Só em 1851 é que defendeu tese de doutorado em medicina e se considerou pronto para retornar ao sul. Na volta, já no Porto de Rio Grande, fez inflamado discurso abolicionista e exerceu o jornalismo. Em Porto Alegre foi redator de O Conciliador e depois passou a trabalhar no importante A Reforma, órgão oficial do Partido Liberal. Neste jornal de circulação diária conviveu com Carlos Von Koseritz, Florêncio de Abreu, Timóteo Pereira da Rosa, Félix da Cunha e Eleutério de Camargo. Foi eleito deputado provincial em 1854. Embora desde sua chegada praticasse a medicina, passou a ser mais notado por ocasião da epidemia de cólera que atingiu Porto Alegre em 1867. O jeito de cuidar dos doentes revelou o destino que lhe estava reservado como médico dos pobres na capital gaúcha e em São Leopoldo. Ele foi a grande figura do Parthenon Literário e de sua revista, em que publicou poesias, crônicas, biografias, peças teatrais e ensaios. Era presidente de honra do Parthenon, mas ninguém trabalhava mais do que ele como líder de um grupo de escritores mais jovens. Não apenas escrevia artigos candentes contra a escravatura, desenvolvia atividades práticas em favor dos escravos, como ao acolher no sítio de sua propriedade, próximo de São Leopoldo, crianças negras abandonadas em função da Lei do Ventre Livre, já que os senhores mantinham as mães no cativeiro. Guilhermino Cesar disse que “o médico matou o romancista”, mas Carlos Reverbel ressaltou que a medicina não matou o abolicionismo em Caldre Fião. Ele morreu pobre em Porto Alegre no dia 19 de março de 1876, bem antes da Lei Áurea. Sua mulher carioca sobreviveu-lhe sem filhos. Mas, ao morrer, já era nome de rua em Porto Alegre e nome de bairro em São Leopoldo. Encerrarei esta palestra lendo trecho de uma crônica do jornalista Aquiles Porto Alegre escrita durante a epidemia de cólera na capital gaúcha. Eí-la: “À noite, na embocadura das ruas e praças, enormes fogueiras, alimentadas pelo alcatrão, davam ao povoado uma aparência sinistra, como se um medonho incêndio lavrasse, ao mesmo tempo, em diversos pontos. E ainda para mais impressionar o espírito já abatido da população, ouvia-se, de quando em quando, o ranger da grilheta dos encarcerados que cruzavam as ruas conduzindo em padiolas as vítimas da peste. E esse som áspero e penetrante, quebrando o silêncio das horas mortas da noite, ressoava tristemente como dobres de finados. E, à luz apavorante das labaredas das fogueiras, que ardiam nas ruas desertas e silenciosas, via-se passar apressado, ao lado de um ou outro, o doutor Caldre e Fião, para ir socorrer os atacados da epidemia, sobre cujas cabeças ele espalmava as asas do seu carinho e de sua caridade infinita.”
Fonte: http://ihgrgs.org.br/artigos/medicina_literatura.htm
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BARBADO HERNANDEZ, F.J. Medicina y literatura en la formación del médico residente de medicina interna. Anales de Medicina Interna. v.24, nº 4, Madrid abr. 2007.
RESUMEN
Las humanidades médicas son inseparables de la actividad clínica. El objetivo de este trabajo es demostrar que la medicina basada en pruebas y la medicina humanitaria basada en narrativas y valores deben ir necesaria y eficazmente juntas. Se detalla para qué sirve la literatura en la formación del médico residente de medicina interna y se expone como metódica un programa de docencia complementaria sobre medicina y literatura. Las obras literarias pueden hacer al lector médico, un "mejor médico".
Palabras clave: Literatura. Medicina. Médico residente. Formación.
Introducción
Cuando los coordinadores de las II Jornadas de Actualización en Enfermedades Infecciosas, organizadas por los Médicos Residentes (MIR) de Medicina Interna del Hospital "La Paz", Mayo-2006, me propusieron como tema de la Sesión Inaugural: "El Arte en las Enfermedades Infecciosas", me sorprendió. Pero enseguida me dejaron elegir lo que más me gusta: la clínica, "ver enfermos", la realización de historias clínicas, la formación del MIR y de los alumnos y ¡relacionarlo con la literatura!
¿Heteróclito título de esta ponencia? Ustedes están pensando ¿literatura en tiempos de la Medicina Basada en la Evidencia, de la Red de Redes, del Estatuto -¡del MIR!-, de las "lágrimas perversas" descritas en las Cartas al Director de un diario de tirada nacional? (1). La propuesta de la Sesión me ha dejado "el desasosiego de Pessoa" (2). En el final del otoño de la vida (3) ¿me habrán enviado al Arte y la Literatura? El tiempo ha llegado. Pero, parodiando a Neruda (4), confieso que he vivido como bibliófilo, pero no bibliómano, impenitente buscador de libros -es otra cosa: coleccionista per se (5)-, asiduo de librerías de lance, rastrillos, paseante con joroba barojiana de la Cuesta Moyano (6). Por cierto que en estas caminatas he advertido que lo primero que hacen algunas viudas de médicos es vender su biblioteca personal.
Voy a intentar persuadirles. Las Actividades Complementarias Comunes a la Formación Específica del MIR, entre las que destacan las Humanidades Médicas, son inseparables de la actividad clínica. Mi objetivo es demostrar que las dos tendencias actuales, la medicina basada en pruebas, por un lado, y la medicina humanística basada en narrativas y valores, por otro, deben ir necesaria y eficazmente juntas (7,8).
¿Cuál es el origen de la inquietud literaria del médico?
Ustedes ya saben lo que es la Medicina, lo han leído en el Harrison al preparar el examen MIR: "una combinación de conocimientos científicos, habilidades técnicas, arte clínico y actitudes humanitarias" (9). Y el arte de la medicina -¡todavía existe!- es "la combinación de conocimientos médicos, intuición, experiencia y buen juicio" y tiene la misma trascendencia que la medicina como ciencia de firmes fundamentos (9). En esta mezcla de ciencia, cultura y humanidades ¿por qué la fascinante sugestión que la literatura ejerce sobre los médicos? Existe una respuesta universal: por el contacto diario con el enfermo, con sus miserias, sus inquietudes, angustias y temores acerca de la enfermedad y de la muerte (8,10-12). El catálogo de médicos-escritores y escritores-médicos es extenso (13,14). La síntesis es Anton Chejov (1860-1904) que consideró a la Medicina como la esposa legítima y a la Literatura la amante, con fraseología de otros tiempos (15,16).
El médico, humanismo y humanidades médicas
Existen excelentes trabajos y monografías sobre estas cuestiones (8,11,13,17-21). Como médico de enfermos, sólo voy a mencionar una cita de Lorenzo-Cáceres (17) sobre un médico de familia, protagonista de la novela La enfermedad de Sachs, de Martin Winckler (23). Dice el Dr. Sachs: "pero en todos estos años jamás me han dicho que podía sentarme a la cabecera de un moribundo y sujetarle la mano y hablarle." Y además, esto nos parece propio de familiares y enfermeras.
¿Realmente sirve para algo la literatura en la formación del médico residente de Medicina Interna?
Es decir ¿por qué y para qué?. La literatura constituye un recurso docente eficaz para algunos aspectos ignorados en las Facultades (10, 17). Fernando Navarro escribía recientemente (24): "No es nada raro que en el ejercicio de su profesión, el médico busque los aspectos más profundos de la enfermedad, el dolor, el sufrimiento, la locura y la muerte, los sentimientos o sensaciones más íntimos. En esta búsqueda, los libros de texto son de escasa utilidad: es necesario acudir a la literatura universal." Y escoge como excelente ejemplo La peste de Albert Camus (25).
Para Castilla del Pino (26): "la literatura es una forma de conocimiento de la vida superior a la de la vida propia. Conocemos más de los personajes literarios que de aquellos con los que vivimos." Según este médico-psiquiatra podríamos llegar a conocer a Madame Bovary mejor que a nuestra propia mujer.
William Osler en su libro Aequanimitas (27) sostiene la teleología de este trabajo: "para comprender los temores, las preocupaciones y los conflictos emocionales de los enfermos, a veces no hay mejor fuente de información que la literatura."
¿Para qué Literatura y Medicina?
1. Como complemento para adquirir las habilidades clínicas generales, entre las que destaca la capacidad para obtener una historia clínica con todos los detalles relevantes (28). Dice Laín (20): "una historia clínica qué es si no el relato de los sucesivos encuentros entre dos personas, el médico y el enfermo." Es fascinante la interpretación literaria que hace el escritor J.J. Millás (29) de la historia clínica: "he leído muchos historiales de médicos y puedo asegurar que los mejores, incluso desde el punto de vista de la clínica, eran verdaderas novelas, mientras que las verdaderas novelas siempre tienen, más o menos oculta, una vocación de historia clínica."
Quiero resaltar al MIR de Medicina Interna que además de saber qué enfermedad tiene el enfermo, es necesario conocer quién tiene la enfermedad. Algo tan inmutable como la Medicina de la biografía y de la unidad psicofísica del enfermo, es decir la patobiografía, es bien conocido en la literatura (30-33).
2. Para adquirir habilidades comunicativas (28), capacidad para detectar las principales preocupaciones y expectativas de los enfermos y transmitir esperanza y compasión. El médico "es un posibilitador de esperanzas." (34). ¡Cuidado! Las palabras del médico pueden ser "oro molido" o ser "palabras como bisturíes" (35). Axel Munthe en su inquietante autobiografía La historia de San Michele (36) nos muestra que "no hay ninguna cosa tan poderosa como la esperanza."
3. La literatura nos ayuda a conocer las enfermedades desde "otras miradas" (37).
Por ejemplo, para internistas e infectólogos, la tuberculosis. Si nos adentramos en la densa Montaña Mágica (1924), o no hemos llegado al final, del alemán Tomás Mann (38), en mi opinión la mejor descripción del enfermo con tuberculosis (psicología, sentimientos e incluso semiología clínico-literaria) es de Cela en Pabellón de reposo (1943) (39).
Estoy de acuerdo con Luis Landero (40) cuando considera que el mejor libro sobre la enfermedad es La muerte de Iván Ilich de León Tolstoi (41). Es un relato -¡una auténtica patobiografía!- insuperable, conmovedor y sobrecogedor sobre la psicología del enfermo con una enfermedad mortal. Es un relato excelente para la propuesta de Terés et al. (28), sobre la adquisión de habilidades y actitudes para la atención al paciente terminal.
Un detalle: existen enfermedades "nacidas o descritas" en la literatura, por ejemplo el síndrome de Picwick en los Papeles Póstumos del Club Picwick, de Dickens (42), el síndrome de Stendhal (43), o la enfermedad de Tomás (44).
4. Literatura y drogas.
Basta mencionar al penetrante novelista Aldous Huxley, quien en dos ensayos, Las puertas de la percepción y Cielo e infierno, analiza de forma magistral los efectos subjetivos de las drogas (45). Una familia que debe conocer el Médico Residente: Aldous Huxley fue nieto del médico y naturalista Thomas Henry Huxley (1825-1895), coetáneo y defensor de las teorías de Darwin, hermano del biólogo Julián Huxley y hermanastro del Premio Nobel de Fisiología Andrew Huxley. Esta familia es símbolo y síntesis de ciencia, medicina y literatura (46-48).
5. Las autobiografías y las memorias, sobre todo de médicos, son de gran interés y enseñanza. Su lectura significa conocer y vivir otras experiencias que enriquecen la nuestra.
Axel Munthe, médico psiquiatra sueco, en la mencionada Historia de San Michele (36) realiza un apasionante recorrido por la Medicina y los enfermos del siglo XIX, una perspectiva distinta a la histórica (49,50) de Charcot y de sus discípulos, Freud y Babinski, en la Salpetrière de París, ya entonces ¡la ciudad más hermosa del mundo!
Castilla del Pino en sus brillantes Memorias Pretérito imperfecto (51) lleva la sinceridad y veracidad hasta el desgarro, quizás sea la única forma de conocer "por dentro" la Medicina española de la primera mitad del siglo XX, y poder contrastar con otras visiones contrapuestas (34).
Don Pío Baroja en sus memorias Desde la última vuelta del camino (6) y sobre todo en El árbol de la ciencia (52), novela en buena medida autobiográfica y tristemente obligatoria en el Bachillerato, proyecta de forma permanente su ego de médico. En su novela El mundo es ansí (53) refleja de forma exacta cómo la vida es sufrimiento y dolor: "dureza, crueldad, egoísmo e ingratitud." Quizás por ello las obras de Baroja, desde hace más de 100 años, conservan frescura y sorprendente polémica permanente (54).
Un escritor, no médico, Stendhal, pseudónimo de Henry Boyle, definió a la novela como "un espejo que se pasea por el camino" Tiene extraordinario interés para el médico en formación su "ver en lo que es", con sus penetrantes y complejos análisis de la realidad en su autobiografía Vida de Henri Brulard (55).
En mi opinión, la mejor Medicina desnuda, a campo abierto, desprovista de hospitales y tecnologías, está en dos libros cautivadores: Morfina, del médico ruso Bulgakov (56) y Escenas de la vida de un médico, del médico portugués Fernando Namora (57).
6. Capacidad para el análisis crítico durante la formación (28).
Afirma Rozman que "uno de los principios esenciales de la práctica clínica estriba en dudar de todo, es decir tener consciencia sobre la gran dosis de incertidumbre que suele asociarse al ejercicio clínico" (58), actitud que la literatura, como la experiencia, nos puede enseñar. El MIR de Medicina Interna es un futuro especialista en incertidumbres.
Para Jorge Wagensberg (59): "el especialista menos regresivo es el especialista en incertidumbre, es decir el generalista."
Los otros: científicos que rechazan la literatura
Es frecuente la expresión, entre científicos básicos, "leer una novela, por ejemplo, es perder el tiempo."
La bióloga Lynn Margulis, pionera de la simbiogénesis, en una reciente Conferencia en Madrid (60) afirmó: "la única noticia es la ciencia, lo demás es chismorreo." Eudald Carbonell, en su extraordinario libro Los sueños de la evolución (61) escribe: "a pesar de que no tengo costumbre de leer libros de ficción y que conste que lo he intentado." Sin embargo, este autor es fascinante en sus libros de divulgación científica (Las claves del pasado, La llave del futuro, Sapiens, Planeta humano).
Es interesante la reflexión del físico e historiador Sánchez Ron (62): "entre muchos científicos de nuestro siglo, ha proliferado una actitud, o filosofía, según la cual uno de los principales atractivos de la ciencia es el de que constituye una huida de la vida diaria con su dolorosa crudeza y desoladora vaciedad." Esta vaciedad también se puede atenuar con la irónica sentencia de Franzen (63): "es mejor refugiarse en la literatura que en la familia."
La metódica: el cómo de la formación complementaria en Medicina a través de la literatura
Rof Carballo (31) cita que cuando un estudiante pidió a Sydenham le recomendase el mejor libro para entrenarse en la práctica de la medicina, replicó Sydenham: "Leed el Quijote"
En la tabla I se muestra la propuesta de un esbozo de un Programa de Docencia Complementario sobre Literatura y Medicina.
1. Clases Prácticas a los alumnos de 3º Curso en Patología General.
En grupos reducidos durante el aprendizaje de la historia clínica y Propedéutica. Es la mejor época, con la sensualidad involuntaria de sus gloriosos veinte años, para aventuras literarias en Medicina.
2. Pases de visita en la Sala.
¿Por qué se debe hablar, con humor y desenfado, en la visita hospitalaria, de la actualidad, y de literatura si las circunstancias se relacionan? Sencillamente porque mejora la relación médico-enfermo (64) y para enseñar habilidades comunicativas, como la capacidad para generar una mutua confianza con los enfermos y sus familiares (28).
¿Sirve para algo preguntar al MIR, a los alumnos, sobre áreas relacionables entre Medicina y Literatura? Sin duda, es un importante estímulo para su formación y expresa la fecunda simbiosis de literatura y práctica médica.
3. Sesiones clínicas paralelas.
Como ejemplo, podemos citar al profesor Letona, quien en una sesión sobre La enfermedad en la novela de Miguel Delibes (65) realiza un magnífico y didáctico diagnóstico clínico diferencial en torno a qué le pasa a Teodomira en El hereje: un discutible panhipopituitarismo o síndrome de Sheehan.
Prefiero estas Sesiones de Papel -o un Club del Papel barojiano (54,66)- con enfermos de creación literaria a la enseñanza clínica con actores que representan a falsos enfermos (67). Si un día en mis andanzas de ponente en sesiones "ciegas" (68,69), me encuentro con un actor como falso enfermo: no lo duden, le diagnosticaré de "enfermedad facticia."
4.Textos literarios.
Joseph E. Baños (10) realiza una excelente propuesta de un Curso de Literatura y Medicina para estudiantes de Medicina, que en gran parte se pueden adaptar al MIR de Medicina Interna.
Los textos científicos al uso apenas nos sirven para la patobiografía. En este sentido, los textos literarios tienen una función vicariante muy importante.
-Las repercusiones biográficas de la enfermedad.
El pabellón Nº 6 de Chejov y La muerte de Iván Ilich son obras modelo de la enfermedad como "fractura biográfica." (41, 70).
-Relato en primera persona.
Visión de primera mano de las vivencias generadas por la enfermedad (Monte Sinaí, J.L.Sampedro) (71), o el relato de la enfermedad de un hijo (Mortal y rosa, F.Umbral) (72).
-La relación médico-enfermo.
La obra más sugestiva para médicos de familia e internistas es La enfermedad de Sachs, de Martin Winckler (23). Constituye un valioso material docente por las escenas de un sorprendente realismo de la relación clínica.
-Sociedad y enfermedad.
Sin duda, la afección de los enfermos influye en la conducta social. Y la aceptación o marginación del enfermo por parte de la sociedad repercute sobre la vivencia personal de la enfermedad, por ejemplo en infección VIH-SIDA (73), el síndrome de fatiga crónica (74). La autora norteamericana Susan Sontang analiza con detalle estos aspectos en La enfermedad como metáfora (75).
-Ética de la investigación médica.
Las publicaciones del veterinario coreano Woo-Suk Hwang, protagonista de la falsa clonación de células madre humanas, nos hacen reflexionar sobre los límites de la investigación (76). La historia de los grandes científicos (77) proporciona conocimientos y actitudes hacia la ética y el derecho médico.
Admoniciones de expertos
Aunque la reticencia irónica de Javier Marías (78) "el atrevimiento y la simplonería de los llamados expertos -en cualquier asunto- resultan deprimentes y a menudo insultantes", puede ser cierta, algunas admoniciones de "expertos" (escritores científicos) sobre la lectura tienen algún valor. Así, Juan Goytisolo invita a los jóvenes a aceptar el desafío de los libros que obligan a la reflexión y a la relectura, y sobre todo a diferenciar entre "texto literario" y "el producto editorial" (79). Navarro, médico hematólogo, opina como Borges: "no hay que leer muchos libros, sino varias veces los mismos libros." (80). Ramón Valls, ex jesuita, advierte que si quieres aprender a pensar, lee librotes y no libritos (81). Wagenberg considera que las personas que no leen ningún libro, tienen más arreglo que las que leen uno solo (59). Desde mi punto de vista, es mejor el escepticismo ante "expertos o guías de lectura", en un campo tan libre, autónomo e individual como es la literatura. Además, estas admoniciones son menos válidas en el mundo científico. Un librito del creador de la mecánica cuántica ondulatoria, Erwin Schrödinger, ¿Qué es la vida? (82), publicado en 1944, tuvo un gran impacto en posteriores concepciones científicas, incluso en Francis Crick (83).
Decálogo de supersticiones
En la tabla II se detallan las supersticiones, que desde mi experiencia pueden ser perjudiciales en la formación complementaria del MIR en humanidades. Como afirma el escritor Alberto Manguel (84): "un verdadero lector no debe creer en estas cosas." El internista como "rascador de todas las superficies" merece otra ironía. Los primates homínidos (Grandes Simios) se transformaron en primates humanos -la humanización- porque crearon instrumentos para rascar superficies, entre otras utilidades (61). Y a propósito del Proyecto del Gran Simio, lo he relacionado con Borges -a más experiencia más áreas relacionables-. Decía Borges: "¿Saben ustedes por qué no hablan los monos? Porque saben que pronto les pondríamos a trabajar." Y, añado yo, quizás "en la Puerta."
Lenguaje médico
Para López Piñero la terminología médica actual es el sedimento de 25 siglos de medicina científica (85). Sin embargo, Pérez Peña (86) y Viana Alonso (87) han hecho especial énfasis en el deterioro del lenguaje médico: en la forma de expresarse, oralmente y por escrito, el imperio de las siglas, la redacción críptica de los informes clínicos, etc., y su grave repercusión en el método clínico y la relación médico-enfermo (86). Terés et al. (28) destacan, entre otras habilidades comunicativas del MIR, la capacidad para redactar, de forma coherente, concisa, legible y comprensible, los documentos clínicos habituales, que, además de uso clínico, pueden serlo también de uso legal, y eviten las siglas, así como juicios de valor sobre el enfermo.
Sin duda, la literatura puede colaborar a la formación médica, a recuperar el lenguaje que permite entendernos y respetar al enfermo. Estos son los fines de la revista Literature and Medicine, que existe desde hace casi 25 años (88).
Nuevos tiempos
En mi opinión existen cinco grandes líneas de cambios evolutivos: a) El universo de los blogs (el blognovelista, la blogosfera en donde 25 millones de personas escriben su blog) (89); b) El libro electrónico; c) El papel electrónico; d) Escritores con patrocinio. La novela como nuevo soporte publicitario. En España se ha publicado Conexión Bulgari, la novela de Fay Weldon, con el patrocinio de una joyería; y e) Adiós a la literatura terapéutica, a la literatura en torno al "me duele España", "España como problema", "a qué llamamos España" y otros males de la patria.
Epicrisis
Es necesario añadir al perfil de médico del siglo XXI las humanidades médicas (28,90,91). Las obras literarias, como afirma Luis Montiel en su magistral conferencia Medicina y Literatura, pueden hacer al lector médico, sin ningún género de dudas, "mejor médico".
No sé si les he persuadido o no, si están a favor o en contra de este discurso, casi prefiero lo último, porque "estar a favor une menos que estar en contra." (92), o como dice Pablo Neruda: "para que nada nos separe que nada nos una."
A lo último, la mejor epicrisis en estas divagaciones es contar los cuentos más cortos y misteriosos de la historia. "Cuando me habló comprendí que el muerto era yo y no él." (Luciano G.Egido, Equívoco) (93). Y el más famoso: "cuando desperté, el dinosaurio todavía estaba allí." (El dinosaurio, Augusto Monterroso) (94).
Queridos Médicos Residentes de Medicina Interna: muchas gracias y "que la incertidumbre os sea favorable." (59).
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Dirección para correspondencia:
Francisco Javier Barbado Hernández.
C/ Eduardo Benot, 5, 1D.
28008 Madrid.
e-mail: barbado.hernandez@hotmail.com
Trabajo aceptado: 27 de marzo de 2007
Literatura e medicina
Geraldo Borges
http://piauinauta.blogspot.com.br/2011_03_01_archive.html
Um médico não precisa apenas conhecer anatomia, ter dissecado cadáveres, e outras disciplinas para tentar a grande aventura de curar o corpo humano. É necessário que possua outros talentos, como por exemplo saber ouvir, saber apalpar, olhar nos olhos, ter, acima de tudo, empatia, pois os pacientes procuram um médico como quem procura um sacerdote, não apenas para salvar o corpo, pois a alma também adoece. Os que seguem mais além das vísceras e descobrem que a doença também é uma cura terminam virando poetas, romancista, escritores
A literatura ocidental e particularmente a brasileira tem muitos exemplos de médicos que foram além das vísceras. Podemos dizer sem medo de errar que o romance brasileiro começou sob a égide da medicina. Um dos nossos primeiros romancistas chama-se Joaquim Manuel de Macedo, era formado em Medicina. Qual o estudante de vestibular que não conhece a Moreninha, o Rio do Quarto, O Moço Loiro, jóias do romantismo brasileiro. Gonçalves de Magalhães, um dos nossos precursores da poesia romântica, autor de A Confederação dos Tamoios, também era médico.
Saindo do Brasil, podemos citar alguns autores portugueses, também médicos, por exemplo: Ferrando Namora, escritor contemporâneo muito lido fora de Portugal, inclusive no Brasil, entre seus livros podemos citar os romances Retalhos da Vida de um Médico, Domingo à Tarde. E Lobo Antunes, que, teve uma experiência marcante, participando da guerra da Angola, experiência esta que conseguiu passar para as páginas da ficção em seu belo romance: Os cus de Judas. Miguel Torga, poeta, contista, romancista, entre seus numerosos livros de poesia podemos destacar Orfeu Rebelde, O Outro Livro de Job, Cântico do Homem.
Mas vamos voltar ao Brasil e perfilar mais alguns médicos que se tornaram grandes escritores. Afrânio Peixoto, autor de romances regionais como Maria Bonita, Fruta do Mato. Gastão Curls, contista, e romancista autor de livros famosos, como A Amazonas Misteriosa, filmado por Ivan Cardoso com o titulo de Um Lobisomem da Amazônia, Coivara, Ao Embalo da Rede, Amazonas que Eu Vi, Vertigem, Historia Puxa História.
Voltemos a Europa de novo e incorporemos neste texto escritores ilustres que, foram médicos, por exemplo, Rabelais, autor de Gargantua Oliver Goldsmith, Alexandre Dumas. A J Cronin, que teve muitas edições publicadas no Brasil, e, ainda hoje, é encontrado nos sebos. Dizem que Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes, ficava horas e horas esperando um paciente em seu consultório. Não aparecia ninguém. Enquanto isso ele aproveitava o tempo para escrever. E assim, inventou uma quantidade de personagens impressionante, inclusive fantasmas. Somerset Maugham, autor de Servidão Humana, um dos maiores romancista ingleses, mostra inclusive em seus romances um pouco da história da medicina em seu país, pois cria personagens médicos de uma beleza aterrorizante. Seu livro O Véu Pintado que já foi filmado, ilustra bem o que eu estou dizendo.
Mas vamos retornar ao Brasil e listar mais alguns vultos da nossa literatura que passaram pela ciência da Medicina e desembocaram no mar das Humanidades, das letras, esta arte capaz de transfigurar as pessoas. Para reiniciar os exemplos, citaremos o poeta Jorge de Lima, alagoano, um dos maiores poetas brasileiros, autor de Invenção de Orfeu.
Dyonélio Machado, gaúcho, contemporâneo de Érico Veríssimo, pertencente ao partido comunista, autor de grandes romances consagrados pela crítica, como o Louco do Cate, Os Ratos, e muitos outros. Josué de Castro, que pertenceu a FAO, ensaísta, escreveu grandes estudos sobre a questão da fome no planeta.
Agora vamos dar uma passada rápida pelos Estados Unidos. E ficar sabendo que o poeta William Carlos William era médico, e para acrescentar, lá existe a National Association for Poetry Therapy, (NAPT), que se propõe a usar a poesia como forma de terapia. Com certeza, funciona.
Voltemos mais uma vez ao Brasil. Não devemos nos esquecer de Helio Pellegrino, famoso psiquiatra, e também de Pedro Nava, o nosso grande memorialista. E de Guimarães Rosa, pois sua experiência de médico nos campos gerais das alterosas lhe deu muito fôlego para escrever a maior saga sertaneja depois de Sertões de Euclides da Cunha, Por último citaremos Moacyr Scliar autor do Centauro no Jardim, entre muitos de seus romances. Ia me esquecendo de Roberto Freire, romancista e ensaísta, criador de uma técnica terapêutica denominada Soma, autor de uma autobiografia: Eu e o Outro, um livro excelente para quem deseja conhecer os bastidores da subversão no período da ditadura.
Do rol que citei estão todos mortos, com exceção de Lobo Antunes e para acrescentar mais um vivo, citarei o médico psiquiatra Edmar Oliveira, escritor piauiense, autor de Ouvindo Vozes e Von Meduna, sobretudo pelo seu talento, já reconhecido pela crítica nacional, e principalmente pelos seus leitores.
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