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Filosofia
Julio Cortázar

"Fui também um filófo frustrarado, porque desde garoto a filosofia me interessou, a filosofia teórica, os livros... Comecei a ler Platão e Aristóteles, tive um bom profeessor na escola que me ajudou nesse campo, e me interessei por assuntos como a teoria do conhecimento e a metafísica. A lógica não tanto, porque está mais ligada ao mundo racional e matemático, e não tenho nenhuma aptidão para isso. Mas a metafísica me atraiu muit, e então passeu um pouco pela história da da filosofia, mas me meti com Kant, me meti com os autores medievais, a tal ponto que alguns dos meus professores tinham a esperança que de que eu me dedicasse à filosofia. Tudo isso, esse caminho filosófico que se interrompeu porque a literatura era muito mais importante e e autêntica para mim... Tinha renunciado a uma leitura metódica da filosofia, mas tinha lido muita coisa sobre filosofia oriental, poesia oriental filosófica, e assim tomei contato com as noções dos Vedas e descobri os livros de Suzuki sobre zen, que naquele momento estavam sendo publicados em Paris. Li, fascinado, claro, e tudo isso foi um caminho paralelo à estita de Rayuela. Por isso Rayuela, que tem tamanha saturação de elementos culturais, reflete também esse elemento, o momento em que a leitura de Suzuki era uma grande experiência para mim. Aliás, continua sendo.

 

Fonte: PREGO, Omar. O fascíno das palavras: entrevistas com Cjulio Cortázar. R.Janeiro: José Olympio, 1991. p. 176.

 

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