"Eu não acredito em inspiração e nem sou poeta inspirado. O ato de criação para mim é intelectual. Minha poesia trabalha a criação e a construção. Acredito na expiração. Na composição de um poema, primeiro me ocorre um tema e eu tomo nota. Depois vou estudando-o e desenvolvendo-o. Nunca escrevi um poema inspirado, soprado pelo Espírito Santo. Isso eu não sei o que é...".
Fonte: Correio Braziliense, 18/01/1998 - Gerson Camaroti
"Inspiração não tenho nunca. Aliás, como diz Auden, a poesia procura a gente até os 25 anos. Depois, é a agente que tem de procurá-la, inspirá-la. Confesso que desde o início construí minha poesia. Rendimento é uma questão de trabalho e método. De sentar todos os dias à mesma hora. O rendimento dos primeiros dias pode ser menor, mas depois se torna regular".
Fonte: Jornal do Brasil, 16/08/1968
"Há dois tipos de poetas: os esforçados e os inspirados. O poeta inspirado tem defeitos que o esforçado não tem, e vice-versa. Eu, por uma questão de temperamento, me coloco entre os esforçados. Há quem diga que tudo que não é espontâneo não é autêntico, mas não concordo com a opinião. Com o esforço, pode-se aprefeiçoar sempre uma obra, independente da inspiração".
Fonte: Diário de Pernambuco, 08/10/1973 - Geneton Moraes Neto
"Creio que nunca escrevi sob insiraçã, debaixo de inspiração, ditado pela inspiração, pelo contrário, me ocorre um assunto de poema, começo e pouco a pouco vou dando forma aquilo, mas da maneira menos emotiva possível".
Fonte: LINHARES, Marcos. Cartas ao poeta dormindo: João Cabral de Melo Neto. Brasília: Thesaurus, 2013.
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