“Olhe, essa coisa do reflexo da sociedade sobre a arte é um assunto que já se discutiu para burro e nunca se chegou a uma conclusão satisfatória. Há quem defenda que são os momentos de progresso, de tranquilidade, os mais propícios para a criação de uma grande literatura; outros acham exatamente que são os períodos conturbados, de forma que não há nenhuma lei para isso. Se não existe a figura do criador refletindo a sociedade e refletindo a época nada sairá daí, pouco importa seja o momento de paz ou de guerra. Se a sociedade não tem quem a reflita, ela não produz arte”.

Fonte: CAMINHA, Edilson. Palavra de escritor. Brasilia: Thesaurus, 1995.

“Meu engajamento é com a realidade. Sou pernambucano e não posso deixar de ser. O nordestino é mais telúrico que o carioca ou paulista. Meu mundo é outro, fui criado num engenho, minha família é de senhores de engenho, a classe da casa grande, da zona da mata, longe da miséria do sertão, mas conheço bem os dois lados”.

Fonte: O Estado de São Paulo, 14/02/1998 – Norma Couri