"Buenos Aires é uma cidade monstruosa, de oito milhões de habitantes; os problemas centais aqui são eminentemente psicológicos: solidão, medo da existência, caos, neurose. É natural então que em nossos romances e contos, o problema psicológico e até o psicopatológico esteja em primeiro plano. Todavia no que se refere ao caso doe nossos autores argentinos - entre os quais me incluo, e sobretudo o meu caso - sou de opinião que a psicologia representa um primeiro degrau para um problema mais profundo. Creio que nosso interesse dirige-se, de preferência, ao problema metafísico do homem. Para além da solidão, do sentimento de isolamento, de frustraçáo, e de neurose, o que importa sobretudo é examinar os problmas últimos, os problemas metafísicos da condição humans, inclusive, Deus. Por isso penso que esta literatura - ao menos a de Borges e a minha - que nossa literatura deve ser julgada como uma literatura acentuadamente metafísica".
Fonte: LORENZ, Gunter W. Diálogo com a América Latina. São Paulo: EPU, 1973.
“Quantas vezes, mergulhado em negras depressões, na mais desesperada angústia, o ato criador foi minha salvação e meu baluarte. Os grandes criadores realizam suas obras sob tensões que abalam suas existências. Escrever produzia-me dores de estômago e má digestão. Sofria de insônia e outros males. A arte nasce do desajuste, da ansiedade e do descontentamento do artista com este mundo. Escrever sempre foi um tormento muito grande. Não é um gozo e nem um passatempo”.
Fonte: GRITTI, Demino. Enfermidade e criação.
www.Tirodeletra.com.br (julho de 2016)